Bolsonaro teria mapeado três países como rota de fuga antes de julgamento no STF

27 agosto 2025 às 16h51

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue sob vigilância policial permanente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A medida busca evitar uma eventual fuga do país antes do julgamento em que é acusado de tentativa de golpe de Estado.
Segundo apurações, Bolsonaro teria mapeado ao menos três destinos possíveis para solicitar asilo político: Estados Unidos, Hungria e Argentina. Apesar de negar publicamente qualquer intenção de deixar o Brasil, a proximidade de sua residência em Brasília com a região que concentra embaixadas reforça a preocupação das autoridades.
A defesa de Bolsonaro tentou adiar ou alterar a instância de julgamento no STF. Primeiro, pediu a retirada do caso da Corte. Em seguida, buscou transferir o processo da Primeira Turma para o plenário. Ambas as tentativas foram rejeitadas.
O ministro Alexandre de Moraes acatou sugestão do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que afirmou ser “de bom alvitre” reforçar a vigilância sobre o ex-presidente. O magistrado classificou a medida como “adequada e necessária para a aplicação da lei penal”.
Tentativas de asilo e articulações internacionais
A desconfiança sobre planos de fuga ganhou corpo a partir de episódios recentes:
- EUA – Bolsonaro já recorreu ao país em momentos de pressão. No fim de 2022, viajou à Flórida na reta final de seu mandato.
- Hungria – Em 2023, após ter o passaporte apreendido, passou duas noites na embaixada húngara em Brasília, cogitando pedir apoio ao premiê Viktor Orbán.
- Argentina – Investigação da Polícia Federal encontrou no celular de Bolsonaro o rascunho de um pedido de asilo ao governo de Javier Milei.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto e usa tornozeleira eletrônica. No dia em que recebeu o equipamento, ironizou a possibilidade de fuga. “Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem”. A declaração, somada às articulações com embaixadas estrangeiras e à descoberta de minutas de pedidos de asilo, intensificou o cerco jurídico e político em torno do ex-presidente.
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