Governo espera concluir o processo de avaliação do executivo em duas etapas

Em meio ao cenário de instabilidade e críticas, a equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia contar com a maioria dos integrantes do Comitê de Pessoas e do Conselho de Administração da Petrobras para aprovar a indicação de Caio Mário Paes de Andrade, assessor do ministro da Economia Paulo Guedes, para a presidência da Petrobras. Se aprovado, Paes de Andrade vai substituir José Mauro Ferreira Coelho, que pediu demissão nesta segunda-feira, 20, do comando da estatal após fortes pressões do governo e Câmara dos Deputados contra o aumento dos combustíveis.

Inicialmente, Andrade será interino. Depois, assumirá o cargo de maneira permanente. A indicação de Borges faz parte da estratégia para colocar Andrade no cargo, já que o nome dele ainda está sendo analisado pelos comitês internos da Petrobras: indicação para o Conselho de Administração e eleição para presidente da Petrobras.

No Comitê de Pessoas, integrado por cinco pessoas, o processo deve ser iniciado ainda nesta terça-feira, 21. O Palácio do Planalto acredita ter, ao menos, três votos. Nesta etapa, há a recomendação de aprovação ou não do indicado pelo governo. Já no Conselho de Administração, formado por 11 nomes, o governo avalia contar com pelo menos oito votos.

Dentro da estatal, porém, de acordo com a avaliação do colunista Valdo Cruz, do G1, é que Caio Paes de Andrade pode enfrentar restrições no Comitê de Pessoas por não ter experiência na área por dez anos, como exigem as regras atuais, ou em setor conexo ao da petrolífera. Entretanto outros nomes já aprovados para presidente também não cumpriam essa exigência, como Roberto Castelo Branco e Joaquim Silva e Luna, e mesmo assim foram aprovados.

Caio é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista (Unip), pós-graduado em administração e gestão pela Harvard University e mestre em administração de empresas pela Duke University. Ele também fundou o Instituto Fazer Acontecer, organização sem fins lucrativos que oferece atividades esportivas e de formação para jovens. Até agosto de 2020, foi executivo foi presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e, após, assumiu a secretaria de Desburocratização.