Após motociata em Caruaru, Bolsonaro renova ataques ao STF

04 setembro 2021 às 14h43

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O presidente ameaçou “ruptura institucional” caso “um ou dois ministros não deixem de prejudicar o destino do Brasil”

Neste domingo, 4, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) renovou seus ataques a outros poderes da República. O Supremo Tribunal Federal (STF) foi alvo de ameaça de ruptura institucional, caso os ministros da Corte não sejam “enquadrados” pela população. O presidente afirmou ainda que “um ou dois” ministros devem rever suas ações, pois estariam “prejudicando o destino do Brasil”. A referência não explícita cabe a Alexandre de Moraes e Luis Barroso.
As afirmações foram feitas na cidade de pernambucana de Caruaru depois de motociata pelo agreste. O passeio de moto começou em Santa Cruz de Capibaribe e passou por Toritama antes de chegar ao destino. “É uma ruptura. Ruptura essa que eu não quero e nem desejo. E tenho certeza que nem o povo brasileiro assim o quer. Mas a responsabilidade cabe a cada poder. Apelo a esse poder que reveja a ação dessa pessoa que está prejudicando o destino do Brasil”, disse Bolsonaro.
O chefe do Executivo federal tem tentado articular junto ao Senado para que sejam abertos pedidos de impeachment contra os integrantes da Corte. “Temos um ou outro saindo da normalidade. Temos um ou dois jogando fora das quatro linhas da Constituição. Nós jogamos dentro das quatro linhas. Mas o povo, como poder moderador, não pode admitir que nenhum de nós jogue fora dessas quatro linhas.” O presidente afirmou que, em sua visão, o STF abusa do poder. “Não podemos admitir que um ou dois homens ameacem a nossa democracia ou a nossa liberdade”.
Bolsonaro alegou que, caso um de seus ministros tenha “um comportamento fora da Constituição”, o mesmo é repreendido por ele e, na hipótese de reincidência, demitido. Na visão do presidente, o mesmo deveria ocorrer no STF. “O STF não pode ser diferente do Poder Executivo ou Legislativo. Se tem alguém que ousa continuar agindo fora das quatro linhas da Constituição, o poder tem que chamar aquela pessoa e enquadrá-la. Se assim não ocorrer, qualquer um dos três Poderes… A tendência é acontecer uma ruptura”, concluiu o presidente.