Bancos de leite de Goiânia e do Estado pedem doação; saiba como fazer
13 agosto 2024 às 16h46
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Durante o Agosto Dourado, mês dedicado à conscientização sobre o aleitamento materno, as maternidades municipais em Goiânia se mobilizam para incentivar as mães que estão amamentando a doarem leite materno. O diretor-técnico da Maternidade Nascer Cidadão (MNC), Rogério Cândido Rocha, alertou que as doações de leite materno caíram 15% em julho, ressaltando a importância de aumentar o número de doadoras.
O Banco de Leite Humano (BLH) em Goiás, localizado no Hospital Estadual da Mulher (Hemu), no Setor Coimbra, desempenha um papel crucial ao fornecer leite materno para recém-nascidos prematuros e de baixo peso, cujas mães, por razões de saúde, não podem amamentar. A unidade é mantida por doações de mães com excedente de leite, que podem entregar o leite diretamente no BLH ou armazená-lo em casa até a coleta.
“A gente está sempre precisando de doação de leite. Essa mãe que tem perfil de doadora, a gente pede que entre em contato com a gente para fazer a sua doação. E qual é esse perfil da mãe doadora? É aquela mulher que, logicamente, esteja amamentando e tem um excesso de leite, além da necessidade e da capacidade do próprio filho. Essa mãe preenche o cadastro, ela não pode ser fumante, não pode ser usuária de drogas, não pode ingerir bebida alcóolica, usar medicamentos que sejam compatíveis com a amamentação e, consequentemente, com a doação”, esclarece, ao Jornal Opção, Renata Machado Leles, coordenadora do BLH do Hemu.
Em 2023, o BLH arrecadou 1.423 litros de leite, beneficiando 1.529 bebês. Mensalmente, a unidade recebe em média 150 litros de leite de doadoras, que são distribuídos para cerca de 200 crianças. A coleta é realizada com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, que recolhe o leite nas residências das doadoras.
“Se estiver tudo ok, os exames não reagentes e tiver o perfil que mencionei, essa mãe entra numa rota de busca. Os bombeiros buscam o leite congelado em casa uma vez por semana, pega o frasco cheio e deixa o frasco vazio. O telefone de contato é o (62) 3956-2921, que é fixo ou WhatsApp. A gente manda a informação escrita de como retirar o leite e armazenar”, explica Renata.
Em Goiânia
As lactantes interessadas em doar para o banco de leite de Goiânia devem se cadastrar em uma das maternidades municipais: MNC, Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) ou Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC). Após o cadastro, as doadoras recebem frascos esterilizados para armazenamento e agendam a coleta semanal em suas casas.
À reportagem, o pediatra e coordenador do BLH, Sebastião Leite, reforça a importância de retomar o número necessário de doadoras para suprir a demanda mensal de 115 litros de leite humano nas maternidades de Goiânia.
“Hoje nós servimos principalmente a Dona Íris e a Célia Câmara, que nos pede o leite já processado. Mas se a demanda da demais UTIs da rede privada também solicitar, eu não conseguiria suprir a demanda. Por isso que a gente precisa sempre estar fazendo cadastro de doadora”, afirma.
Ele explica que o leite materno coletado é submetido a testes e pasteurização antes de ser redistribuído para as maternidades. “O estoque está a quem das necessidades. É meio cíclico, tem períodos que a gente consegue maior cadastro, mas depois diminuem”, reclama Sebastião.
Além da coleta de doações, os Postos de Coleta de Leite Humano (PCLH) e o BLH têm um papel fundamental na orientação das lactantes sobre técnicas de amamentação, coleta e armazenamento do leite.
Sebastião também destaca a importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que inspirou a cor dourada da campanha, considerando o leite materno um alimento valioso. Após os seis meses, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a amamentação continue, pelo menos, até os dois anos de idade.
“Todos os bancos de leite buscam em domicílio. Já fornecemos o material, ensinamos como retirar, como armazenar e buscamos semanalmente. Por isso que a divulgação é tão importante. Não é um grau de dificuldade muito grande para ser doadora. Acompanhamos até o peso das crianças para a gente ver se ela realmente está doando o excedente”, pontua Sebastião.
Coleta
A rede municipal de saúde em Goiânia conta com um Banco de Leite Humano e dois Postos de Coleta de Leite Humano. O atendimento pode ser agendado pelos seguintes contatos:
Banco de Leite MNC
Funcionamento: todos os dias da semana, das 7h às 11h e das 13h30 às 15h30
Contato: (62) 3298-1214
Posto de Coleta HMDI
Funcionamento: todos os dias da semana, das 7h às 19h
Contato: (62) 3956-8887 | (62) 9604-7570 (WhatsApp)
Posto de Coleta HMMCC
Funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h
Contato: (62) 3121-6265
“A doação de leite materno é um ato altruísta. A intenção é a solidariedade mesmo. Então, para quem quer ajudar, esse leite é doado para um bebê prematuro, baixo peso, internado. A gente fala que ela vira a mãe de leite desse bebê. Nós vamos pasteurizar, analisar e, se estiver tudo ok, esse leite vai para os bebês. Então, é ajudar essa criança tão pequena, que chegou antes da hora. Ajudar um ser tão pequenininho, tão frágil, que está precisando. A melhor nutrição é o leite materno”, finaliza Renata.
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