Colaboração de Luan Monteiro

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) emitiu posicionamento alertando a população e as autoridades sobre a escassez de insulina regular e de insulina de ação prolongada no mercado brasileiro. Caso o abastecimento não seja regularizado, o atendimento aos pacientes pode ser comprometido.

A Ahpaceg informa que a demanda média trimestral dos hospitais vinculados ao grupo é de 100 unidades da insulina de ação prolongada e de 100 unidades de insulina regular. A oferta se mostrava irregular desde meados de 2024 e a situação se intensificou neste mês.

“Estamos em contato constante com fornecedores e distribuidores para buscar alternativas que minimizem os transtornos causados e trabalhamos para regularizar o fornecimento o mais breve possível. No entanto, até o momento, não há previsão concreta para a normalização dos estoques”, é posto no ofício enviado pela Ahpaceg ao Ministério da Saúde (MS) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Conselho Federal de Medicina (CFM) já havia feito alerta sobre a irregularidade da oferta da insulina, ainda em novembro de 2024. Apesar da mobilização, o abastecimento não foi regularizado. A provável causa para a situação está na suspensão temporária e global de insulinas produzidas pela indústria Novo Nordisk, fornecedora do mercado brasileiro.

Ao Jornal Opção, a coordenadora da Central de Compras da Ahpaceg, Ana Valéria Miranda, explicou que a falta da insulina se estende há mais de dois anos. “A falta da insulina já vem acontecendo há mais de dois anos. Então temos a dificuldade de encontrar o insumo no mercado. Recebemos cartas de fabricantes que reiteram compromisso com a normalização e às vezes precisamos ir a drogarias comprar para não faltar dentro dos hospitais”, relata.

“Às vezes o paciente consegue insulina no SUS. O Ministério da Saúde conseguiu um lote para a rede pública, mas a rede particular ainda tem dificuldade para conseguir o insumo. Consumimos, em média, 100 frascos de insulina regular e 100 de duração prolongada nos hospitais, e está em falta”, afirma.

De acordo com a farmacêutica, a associação notifica o Ministério da Saúde para buscar providências. “Enviamos uma carta para a ministra pedindo a liberação extraordinária para que possamos importar o medicamento de uma outra indústria. Conseguimos achar a insulina na Turquia, mas as regras sanitárias do Brasil são muito rígidas. Agora essa liberação depende da Anvisa”, disse.

“O processo de importação é muito burocrático. Não podemos importar produtos que não tem registro no Brasil, então é necessária essa liberação especial. Hoje dependemos do Ministério da Saúde e da Anvisa para conseguir esse insumo. A empresa que produz insulina no Brasil suspendeu a produção e afetou a distribuição”, completou.

Leia também

SUS passa a oferecer vacinas e medicamentos contra o vírus da bronquiolite