A Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) solicitou a suspensão do advogado Manoel L. Bezerra Rocha. Por meio do WhatsApp, Manoel Rocha comparou uma desembargadora a um jumento após ela indeferir um pedido de habeas corpus de sua cliente. Meses depois, quando a mesma desembargadora entrou com um processo contra o advogado, Manoel Rocha faltou a audiência e pediu seu adiamento, justificando que tinha um encontro com uma mulher “para fazer sexo”. 

Print de conversa do advogado com a mulher que ele marcou encontro em dia de audiência, em Goiânia | Foto: Reprodução

A audiência estava marcada para quinta-feira, 23, e o pedido de adiamento foi feito e indeferido no mesmo dia. A audiência foi realizada com a presença da desembargadora. A Asmego lançou nota de repúdio em resposta ao advogado e afirma que providenciou representação junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), “solicitando a suspensão do direito de advocacia do referido advogado, e espera que as providências cabíveis sejam tomadas. [Manoel Rocha] afronta os magistrados e demais servidores que se dedicam diariamente a milhares de ações judiciais sérias”. 

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), também veio a público para se manifestar sobre o ocorrido através de uma nota de repúdio. A instituição afirma que “segue confiante nas providências que estão sendo adotadas pela OAB Seção Goiás para apuração da infração ético-disciplinar”. Além disso, em relação às atitudes do advogado, a nota esclarece que “desrespeitam não apenas a honra de uma desembargadora no exercício de suas funções como magistrada deste Tribunal, mas também princípios básicos como ética, respeito e decoro exigidos de um profissional da carreira jurídica”.

Já a Seção Goiás da OAB informou que “os fatos serão objeto de análise, por meio do Tribunal de Ética e Disciplina (TED), que observa com rigor o sigilo legal dos seus procedimentos”. A OAB afirmou ao Jornal Opção que uma nova nota, “com mais detalhes e atualizada” será lançada.

Pedido feito pelo advogado para adiar a audiência, em Goiânia | Foto: Reprodução

O Jornal Opção tentou contato com o advogado Manoel Rocha para um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno. O espaço continua aberto.

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