Especialista fala sobre como gastar com consciência neste dia

Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

Esta sexta-feira (23/11) é a mais esperada pelos consumidores no ano. Próximo às festas de fim de ano, na Black Friday, todo o comércio se mobiliza em promoções consideradas imperdíveis. Com a diversidade de produtos vendidos com descontos generosos, o consumidor, caso não saiba exatamente o que quer, pode acabar fazendo maus negócios.

O professor Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, dá algumas dicas para que ninguém saia arrependido ou haja por impulso diante das vitrines físicas ou virtuais. Confira:

Faça uma pesquisa prévia: “Não adianta só comprar e não ter certeza do desconto. Há a hipótese de a empresa ter aumentado o valor dos produtos dias antes para, então, oferecer um falso desconto na Black Friday”, alerta o professor. No Brasil, o Procon faz uma pesquisa dias antes nas lojas e disponibiliza dados em seu portal para dar suporte ao consumidor. “E caso você se depare com uma situação de falso desconto, pode tirar foto, ou print no caso da internet, e denunciar no órgão de defesa”, explica.

Não haja por impulso: “Às vezes a pessoa compra o que não está precisando apenas porque achou o desconto muito bom e acaba se endividando sem necessidade”, exemplificou.

Evite empréstimos para garantir suas compras: Em junho deste ano, dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostravam que mais de 63 milhões de brasileiros estavam com o nome sujo. Balistiero alerta para que quem pretende aproveitar as promoções da Black Friday não crie dívidas que não possa pagar e saia prejudicado da data que objetiva auxiliá-lo. “”Pegar dinheiro emprestado para comprar coisas com desconto mínimo vai ter um impacto negativo na estrutura das finanças pessoais”, explicou.

Pesquise quais setores mais vale à pena investir: Segundo o especialista, não há dados específicos que mostram qual setor tem mais desconto, mas considera que, os elétricos e eletrônicos são os mais demandados e, por isso, devem apresentar maiores percentuais de desconto. “As bebidas também têm se destacado, as empresas fazem boas promoções e há quem já antecipe a compra para as festas de fim de ano”, disse.

Lojista, fidelize o cliente: Essa é uma dica extra que vai para o comerciante. O professor alerta para esses a importância de entrar no grupo que dá descontos nesta data para a fidelização do cliente. “O consumidor vai procurar pelo preço mais em conta, e, assim, pode conhecer uma nova empresa, de quem pode se tornar freguês, caso saia satisfeito da compra”, conta. Segundo ele, mais que dar bons descontos, atentar-se ao bom atendimento, cumprimento dos prazos de entrega e qualidade dos produtos são cruciais para esse processo de fidelização.

Ainda de acordo com o especialista, a data é de extrema relevância para a economia brasileira. “É um impacto que cresce ano a ano”, disse. Segundo ele, neste ano, há grande potencial para esse crescimento, já que o País está saindo de uma recessão.

A Black Friday tem origem nos Estados Unidos e começou a ser “comemorada” no Brasil em 2011. É considerada a sexta-feira que inaugura as promoções de fim de ano, ou o dia que as empresas aproveitam para renovar seus estoques para as festividades de dezembro. Ela é marcada sempre para a sexta-feira após o Dia de Ações de Graças, comemorado em seu país de origem na quarta quinta-feira de novembro.