Arquivos em celular de Mauro Cid revelam que golpistas de 8 de janeiro planejavam sequestrar Lula da Silva
09 novembro 2024 às 16h02
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A Polícia Federal (PF) recuperou arquivos apagados do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que revelam o levantamento de nomes, rotinas e armamento utilizados pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As evidências e provas da tentativa de golpe que acarretaram no ataque do 8 de Janeiro estavam escondidas nas nuvens da internet e foram recuperadas por meio de um software israelense.
Segundo a publicação do UOL, as mensagens ainda revelam que seguranças do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foram monitorados. Esse monitoramento se trataria do planejamento de um golpe de Estado. Os planos previam a abordagem e captura tanto de Lula quanto de Moraes. O grupo se preparava para a eventualidade de um confronto armado com os seguranças do presidente e do ministro.
Com as descobertas, Moraes deu mais 60 dias para as investigações da PF, que depois serão analisadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e devem parar no Supremo em 2025.
Segundo a PGR, a investigação sobre a participação de Bolsonaro em um plano golpista “encontra-se em via de conclusão”. A informação consta em parecer enviado ao STF. A Procuradoria aguarda novos desdobramentos dos conteúdos encontrados no celular de Mauro Cid.
Até o momento, dois indícios complicam Bolsonaro. Um se trata de um áudio enviado por Cid que sugere que o ex-presidente ajudou a redigir e editar uma minuta de golpe. Já o outro é por conta do depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército. O militar atribui a Bolsonaro articulações de reuniões com comandantes das Forças Armadas para discutir “hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO, estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral”.
Bolsonaro foi intimado mas ficou em silêncio durante oitiva.