Glauco Dalalio do Livramento foi aprovado, por cotas raciais, no curso de Direito da USP. Entretanto, teve sua autodeclaração de pardo contestada pela Comissão de Heteroidentificação da universidade. Por isso, o estudante resolveu ajuizar uma ação contra a USP.

O candidato concorreu na modalidade de vagas reservadas para pretos, pardos e indígenas; e passou em primeira chamada. O Provão Paulista, do qual ele participou, é um vestibular reservado para alunos da rede pública de ensino.

A Comissão se baseou em uma fotografia e uma chamada de um minuto para a avaliação. E o parecer final afirma que Glauco tem pele clara, boca e lábios afinados, cabelo liso, não apresentando fenótipo de pessoa negra.

Em declaração para a Folha de São Paulo, a advogada do jovem afirmou que entrou com pedido de liminar para reativar matrícula de Glauco, pois entendeu que o procedimento de averiguação realizado pela USP foi ilegal e inconstitucional. 

O pesadelo da medicina

Na mesma semana e prova, um outro estudante enfrentou o mesmo problema. Alison dos Santos Rodrigues, autodeclarado pardo, foi aprovado no curso de medicina, mas teve sua matrícula cancelada devido à rejeição de sua autodeclaração racial pela comissão.

Alison dos Santos Rodrigues também perdeu a vaga por não ser considerado pardo pela comissão da USP | Foto: Reprodução / Redes Sociais

O jovem relatou que viajou por cinco horas até a universidade no primeiro dia de aula apenas para descobrir sobre a desqualificação. A família de Alison informou O Globo que pretende também ajuizar ação.

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