Após escândalos no passado, Saneago mostra recuperação e fecha 2020 com lucro de R$ 336 milhões
13 março 2021 às 09h20

COMPARTILHAR
Governador Ronaldo Caiado (DEM) afirma que o lucro registrado será fundamental para garantir os investimentos em obras de expansão nos próximos anos
Após operações da polícia federal, escândalos, investigações de fraude em licitações e desvio de verbas públicas flagradas na gestão passada e, ainda, a discussão sobre a possibilidade de privatização, a Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) mostra forte recuperação e fecha 2020 com lucro líquido de R$ 336 milhões. O balanço anual referente a 2020, divulgado pela empresa na última quinta-feira, 11, aponta que o órgão estadual obteve um aumento de investimentos de 38% em obras em relação a 2019.
De acordo com informações do balanço, a companhia passou por uma reestruturação durante 2019, com o fortalecimento da governança, gestão e capacidade econômico-financeira. Para o governador Ronaldo Caiado (DEM), o lucro registrado será fundamental para garantir os investimentos em obras de expansão nos próximos anos.
Segundo o presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, mesmo com a severa e prolongada estiagem e com o contexto da pandemia da Covid-19, a Saneago abasteceu com regularidade os 6 milhões de clientes nos 226 municípios. Em 2020, a companhia realizou 38% a mais de investimentos em obras do que em 2019 e elevou o índice de atendimento com água tratada para 97,4% da população.
Outro destaque, ainda de acordo com a Saneago, para alcançar esse índice foi a redução de 5,58% de perdas de água na distribuição, fechando 2020 com 26,9% no quesito, muito melhor que a média nacional, que é de 39,2%.
Escândalo
Em 2019, a Polícia Federal deflagrou Operação Decantação 2, que à época visava combater fraude em licitações e desvio de verbas públicas da Saneago. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. O ex-governador José Eliton (PSDB) também foi alvo da ação.
As investigações indicaram que três empresas de um mesmo dono foram beneficiadas em contratos junto à companhia, mesmo com impedimentos fiscais ou sem ser especialista na prestação de serviços demandados. A suspeita é de que parte dos recursos recebidos pela prestação de serviços à Saneago foram utilizados em dívidas políticas.