Antes de anunciar compra do Banco Master, BRB contratou empresa de para gerenciar crise de imagem por R$ 1,379 milhão

06 julho 2025 às 15h42

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O Banco de Brasília (BRB), estatal que comprou 58% do banco Master em maio, contratou de forma emergencial a empresa de comunicação FSB por R$ 1,4 milhão. O contrato sem licitação foi feito no dia 14 de março — a compra só foi anunciada no dia 28 de março. O documento dá a entender que tinha como objetivo gerenciar eventual crise de imagem provocada pela aquisição.
No contrato, que é público, se lê: “a contratação de uma consultoria especializada em gestão de imagem e comunicação institucional no contexto do Projeto Vértice, uma operação estratégica sigilosa e de alto impacto no mercado financeiro, envolvendo uma possível aquisição societária”. O contrato entrou em vigor em 28 de março. Entre os serviços fornecidos pela FSB estão gestão de imagem, reputação e mitigação de crises. A palavra “crise” é mencionada 68 vezes no documento.
Segundo relatório produzido pelo BRB, o número de notícias que citam a empresa veiculadas na imprensa cresceu 1.000% após a aquisição. “A média diária passou de cerca de 28,3 textos para mais de 406 publicações. […] Esses dados evidenciam a gravidade da exposição midiática e reforçam a urgência de um traba lho técnico, estratégico e contínuo de gestão de imagem, com apoio de uma consultoria especializada em comunicação e gerenciamento de crise.”
“Essa exposição abrupta e maciça, somada à complexidade e sensibilidade da transação em questão, gerou uma pressão sem precedentes sobre a imagem institucional do BRB, com risco real e imediato de escalada para uma crise de reputação, capaz de comprometer a confiança de clientes, investidores e parceiros institucionais, além de afetar a continuidade de negócios e o valor percebido da marca”, diz o contrato.