O advogado de defesa do coronel Mauro Cid, Cezar Bitencourt, deu uma nova versão sobre a participação de Jair Bolsonaro na venda das joias que o ex-presidente recebeu em mandato. Depois de recuar na declaração à revista Veja de que seu cliente iria admitir a determinação de Bolsonaro na operação que resultou na venda dos itens, Bitencourt voltou a dizer, desta vez à CNN, nesta segunda-feira, 21, que será sim “uma confissão” e que Cid “vai assumir” essa versão.

Na última semana, a Veja publicou entrevista em que Bitencourt apontava Bolsonaro como o “mandante” do esquema de venda de joias e outros presentes oficiais. Porém, menos de 24 horas depois, o advogado voltou atrás e disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a confissão não trataria das joias, e que a Veja havia errado.

O vai e vem de versões é interpretado, inclusive, como uma tentativa de manipular a opinião pública e a imprensa, que cobre o caso com rigor.

“[Cid] efetuou a venda do relógio nos EUA, daí ia trazer para cá o resultado. Ele era assessor do chefe. Fez isso e procurou entregar para quem o determinou que fosse feito a venda”. “Ele era assessor, conhecia o presidente, tinha intimidade. Ele recebeu uma determinação e resolveu”.

De acordo com a Polícia Federal (PF), Mauro Cid negociou as joias nos Estados Unidos com a ajuda do pai. As contas do general Mauro César Lourena Cid, segundo a PF, teriam sido utilizadas para repassar os valores recebidos com a venda dos presentes.

Mauro Cid foi preso PF durante a investigação que o apontou como o responsável por falsificar cartões de vacinação de Bolsonaro e de sua família. No telefone do militar foi encontrado ainda a minuta do golpe, um plano que teria sido criado na tentativa de anular o resultado das eleições de 2022.

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