O Ministério Público de Goiás (MPGO) apresentou uma denúncia criminal contra nove pessoas, entre elas uma advogada e policiais militares, suspeitas de integrar um grupo criminoso armado que atuava com empréstimos ilegais de dinheiro, extorsões, tortura e ocultação de valores.

O caso é resultado da Operação Mão de Ferro, deflagrada em novembro deste ano, após investigações conduzidas pela Polícia Civil em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com a acusação, o grupo funcionava como uma rede organizada de agiotagem.

As vítimas recebiam dinheiro com juros considerados abusivos, que variavam de 10% a 30% ao mês. Quando os pagamentos atrasavam, os devedores eram pressionados com ameaças, agressões físicas, sequestros e episódios de violência extrema, usados como forma de intimidação e exemplo para outros clientes.

O Ministério Público afirma que os suspeitos também utilizavam armas de fogo para reforçar as ameaças e garantir o controle das cobranças. Parte do dinheiro obtido de forma ilegal, segundo as investigações, era escondida por meio de contas bancárias em nome de terceiros, empresas de fachada e transferências fracionadas, estratégia usada para dificultar o rastreamento dos valores.

Durante a operação policial, foram apreendidas armas, munições de vários calibres, inclusive de uso restrito, celulares e documentos. Registros em vídeo e mensagens trocadas por aplicativos também teriam confirmado a atuação violenta e organizada do grupo.

O Ministério Público pediu à Justiça que os investigados continuem presos preventivamente, para evitar novos crimes e interferências no processo. Também solicitou novas diligências, como análises técnicas dos materiais apreendidos, e que o caso seja transferido para uma vara especializada em crimes cometidos por organizações criminosas e lavagem de dinheiro, em Goiânia.

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