A jovem Raíssa Nunes, acusada de envolvimento na morte de Ariane Bárbara, de 18 anos, confessou, durante o júri desta terça-feira, 29, ter dado a primeira facada que matou a jovem. O crime ocorreu em Goiânia no mês de agosto de 2021 e, segundo a investigação policial, foi cometido com o objetivo dos acusados de descobrir se Raíssa era ‘psicopata’ e não sentiria remorso por um assassinato.

O júri, que teve início às 8h30, é conduzido pelo juiz Jesseir Coelho, e a previsão é que a sentença seja proferida ainda nesta terça-feira.

A investigação apontou que os acusados – Raíssa, Jeferson Cavalcante, Enzo Jacomini (Freya) e S. (menor de idade) – haviam atraído a vítima na noite de 24 de agosto, quando a convidaram para lanchar juntos.

Em seu depoimento, Raíssa contou que o plano inicial era que ela enforcasse Ariane. Na noite do crime, a jovem revelou que eles cheiraram cocaína para “dar mais coragem” e foram buscar a vítima, no Lago das Rosas.

“Ela entrou no carro, ela ficou no meio, a S. na esquerda, a Freya no banco da frente e o Jeferson no banco do motorista […] Fomos pra uma rua mais escura e começou a tocar música. E quando começou a tocar música, comecei a enforcar a Ariane”, detalhou a acusada.

No entanto, ainda segundo Raíssa, o ato não estaria agradando S., devido à falta de força. Foi então que, ainda segundo a jovem, ela trocou de lugar com Freya, que enforcou Ariane enquanto Raíssa dava a primeira facada no peito da vítima.

Veja o vídeo:

Já Jeferson, que também é julgado hoje, afirmou que a adolescente S., apreendida na época do crime, disse que ele deveria participar do assassinato, ou ela “mataria ele e a família dele”.

O rapaz corroborou a confissão de Raíssa: de que ela tentou enforcar Ariane pela primeira vez, não deu certo e “ficou um clima diferente no carro” por alguns instantes. “Sarah pegou o celular da Ariane e tentou simular uma conversa com a Ariane com ela. Perto do terminal Novo Mundo ela pediu pra parar o carro”, contou, durante o júri.

Jeferson alegou que é diagnosticado com depressão, que toma remédios e que costumava se sentir “invencível” – efeito colateral do medicamento.

Segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), após matarem Ariane, Jeferson parou o veículo para que Raíssa e S. colocassem o corpo dela no porta-malas e depois o deixaram em um matagal no setor Jaó. Logo depois, eles foram até um banheiro público para se limpar e, depois, pararam para lanchar.

A adolescente S. foi apreendida à época do assassinato, mas o processo corre em segredo de Justiça. Enzo Jacomini, Freya, de 20 anos, foi julgado no dia 13 de março de 2023 e condenado a 15 anos de prisão pela participação no assassinato.