Acieg Jovem e Secovi realizam ação de conscientização sobre carga tributária
21 maio 2015 às 20h00

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Presidentes das entidades esclareceram dúvidas da população e alertaram para os altos impostos pagos no Brasil, que não refletem em bons serviços públicos

O braço jovem da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg Jovem) e o Sindicato da Habitação do Estado de Goias (Secovi) promoveram, nesta quinta-feira (21/5), uma ação para conscientizar o consumidor sobre a alta carga tributária cobrada no País.
As entidades instalaram um “Impostômetro”, no Centro da capital, para contabilizar os tributos arrecadados no Brasil pela União, Estados e municípios.
Durante toda a manhã, pedestres que passaram pelo local receberam informações sobre os impostos pagos no Brasil, uma média de 40% de tudo que é consumido no País. De 1º de janeiro até 20 de maio de 2015, foram quase R$ 800 bilhões pagos aos cofres públicos.
O evento fez parte da programação do Dia da Liberdade de Impostos, comemorado no dia 21 de abril. A data é lembrada em todo o país com diversos tipos de ações, que incluem a comercialização de produtos livres de encargos, em restaurantes, postos de combustíveis e outros estabelecimentos.
Segundo o presidente da Acieg Jovem, Leopoldo Veiga Jardim, em alguns países desenvolvidos, os impostos pagos superam a média paga pelo brasileiro. No entanto, o retorno para a população justifica a carga tributária aplicada. “Na Finlândia, por exemplo, o número de dias trabalhados para pagar impostos é maior do que no Brasil, mas o país oferece serviços de qualidade à população”,sustentou.
O IBPT aponta que o brasileiro trabalha, em média, 151 dias ao ano apenas para pagar impostos, ou seja, cinco meses de trabalho. Em outras palavras, o brasileiro trabalhará até o dia 31 de maio apenas para pagar impostos. “Hoje, o brasileiro dedica o dobro de dias do que dedicava na década de 70 só para pagar tributos”, lamentou o presidente.
Os reflexos da alta carga tributária podem ser sentidos em todas as despesas do cidadão. Segundo Marcelo Baiocchi, presidente do Secovi, o setor de habitação é um dos que mais sofrem com a tributação excessiva. “Cerca de 50% do preço de um imóvel equivale aos impostos pagos pelo setor empresarial”, explicou.
Conforme explicou Baiocchi, os empresários de habitação não veem outra saída a não ser repassar o custo ao consumidor. “O preço da construção civil subiu muito, desde os insumos e mão-de-obra à comercialização. Ou ele repassa ao comprador ou fecha as portas”, considerou. Para ele, o atual modelo tributário inviabiliza a implantação de políticas públicas na área. “Um país que onera tanto o empresário pode pensar em política de habitação?”, questionou.
Leopoldo Veiga Jardim afirmou, ainda, que o objetivo principal da ação é fazer com que o brasileiro tenha a dimensão do quanto paga de impostos e, principalmente, cobrar a aplicação justa desses recursos. “A falta de retorno em serviços de qualidade torna a carga tributária ainda mais injusta. Sabendo desses valores, o contribuinte vai poder cobrar mais”, completou.
“Infelizmente, grande parte desse dinheiro arrecadado aqui no Brasil escoa pelo ralo da corrupção”, arrematou o presidente da Acieg Jovem .