Ação policial cumpriu 68 ordens judiciais em combate a furtos qualificados em Goiás e São Paulo
12 novembro 2024 às 12h56
COMPARTILHAR
A Polícia Civil de Goiás, com apoio da Polícia Civil de São Paulo, deflagrou nesta terça-feira, 12, as operações Intermedius e Illusio, que cumpriram 68 ordens judiciais, incluindo 34 mandados de prisão e 34 de busca e apreensão. A ação foi coordenada pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) e focou em uma organização criminosa que operava na Região Metropolitana de São Paulo e na capital, especializada em fraudes eletrônicas, furto qualificado, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A Operação Illusio investiga um esquema de fraude eletrônica que induzia as vítimas a transferirem dinheiro sob o pretexto de “segurança de conta”. Os criminosos usavam técnicas de engenharia social, enganando as vítimas para que acreditassem que estariam protegendo suas contas bancárias. Entre os dias 10 e 16 de novembro de 2022, essas operações fraudulentas resultaram em transferências que somaram um prejuízo de aproximadamente R$ 500 mil.
Por outro lado, a Operação Intermedius mira uma organização criminosa que aplica o conhecido “golpe das missões”. Nesse esquema, os golpistas prometem dinheiro fácil e rápido, oferecendo até pequenos pagamentos iniciais para conquistar a confiança das vítimas. O golpe opera com missões variadas, muitas vezes ligadas ao marketing digital, como seguir perfis em redes sociais, curtir postagens ou deixar avaliações positivas sobre estabelecimentos. Essa abordagem cria um ciclo vicioso em que a vítima é incentivada a fazer novos investimentos para tentar recuperar o valor inicialmente aplicado.
Estrutura e estratégias de ocultação financeira
Segundo a polícia, para dificultar as investigações, os criminosos abriram várias contas bancárias em diferentes instituições, dispersando os valores ilícitos e dificultando o rastreamento. Além disso, os investigados registraram diversas empresas de fachada, sem atividade econômica real, que serviam como “cobertura” para disfarçar a origem dos recursos. Essas empresas facilitavam as transações financeiras, permitindo que os valores fossem movimentados sem levantar suspeitas.
Uma dessas empresas, registrada em nome dos líderes do esquema, destacou-se pelo aumento abrupto de seu capital social para R$ 6 milhões. A empresa, com sede no Brasil e filiais no exterior, desempenhava papel como intermediadora das transações financeiras ilícitas. A organização era tão bem estruturada que a empresa investigada possui atualmente 6.947 reclamações no site “Reclame Aqui”, sendo a maioria relacionada a depósitos em plataformas de jogos online, principal veículo do “golpe das missões”.
Operações
Além das prisões, as operações resultaram na apreensão de diversos equipamentos eletrônicos, documentos e cartões bancários, que servirão de prova e ajudarão a mapear a rede criminosa. Entre os alvos das operações, estavam suspeitos localizados em várias cidades da Grande São Paulo, incluindo Embu das Artes, Francisco Morato, Guarulhos, Itapevi, Diadema e Ferraz de Vasconcelos.
Com a prisão dos principais operadores do esquema, a Polícia Civil espera interromper a continuidade dos crimes, facilitando a recuperação dos valores desviados e a identificação de possíveis cúmplices.
Leia também:
Polícia Civil desarticula quadrilha que roubava defensivos agrícolas em Goiás
Polícia prende suspeito de esfaquear esposa e filha de 9 meses