Postagem no Twitter indica que o companheiro de chapa de Bolsonaro está muito incomodado com sua atual situação e hipótese de deixar mandato se fortalece

No futebol, se diz que quando um dirigente anuncia que o treinador está “prestigiado”, sendo que o time se encontra em uma fase ruim, é porque o prestígio está no limite mínimo.

A situação talvez seja análoga à do vice-presidente da República. Neste sábado, 31, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) usou as redes sociais para garantir que continua no governo até o fim do mandato. 

Segundo apuração do jornalismo da rede CNN, no início da semana, um amigo, também general da reserva, aconselhou Mourão a renunciar ao cargo. O vice, porém, teria dito que ainda não seria o momento. A mesma apuração conta que ele terá uma conversa a sós com o presidente nos próximos dias para demonstrar seu incômodo.

A relação entre eles está estremecida há meses e piorou após comentário de Bolsonaro em entrevista à Rádio Arapuan, da Paraíba. O presidente o comparou com um cunhado indesejado. Enquanto isso, o general estava em viagem oficial a Lima, representando o País na posse do novo presidente do Peru, Pedro Castillo.

A declaração de Bolsonaro à emissora: “O Mourão faz o seu trabalho, tem uma independência muito grande. Por vezes aí atrapalha um pouco a gente, mas o vice é igual cunhado, né. Você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado. Você não pode mandar o cunhado embora. Então, estamos com Mourão, sem grandes problemas, mas o cargo dele é muito importante para agregar aí… Dele, não, o cargo de vice é muito importante para angariar simpatias quer seja para candidatura à Presidência, governador ou prefeito.”

Recentemente, Mourão chegou a dizer que “sente falta” de se reunir com o mandatário do país. No início do mês, Bolsonaro disse que “vice bom é aquele que não aparece”. Mourão já admitiu que não deve integrar a chapa do presidente Bolsonaro na reeleição em 2022. Como alternativa, o general estuda ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Ele não precisa se desincompatibilizar do cargo de vice para disputar as eleições.

Na hipótese de renúncia ao cargo de Mourão até o término do atual mandato, o sucessor direto de Bolsonaro passa a ser o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que tem sob sua mesa o poder de decidir sobre o impeachment.

* Com informações do portal Metrópoles.