“A arte é uma profissão e deve ser valorizada”, diz diretora do Basileu França
10 fevereiro 2020 às 17h48
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Além de formar artistas, Itego Basileu França tem o foco da democratização do acesso a arte
O principal desafio do Itego em Artes Basileu França é formar artistas que saibam precificar a arte que produzem, que tenham a capacidade de entrar no mercado de “peito aberto” para empreender. “Tirar a ideia de que o artista é um ser iluminado que tem dom e talento. É preciso ter além dos dois pré-requisitos capacidade de gerir seu negócio no mercado de trabalho. A arte é uma profissão e deve ser valorizada”. diz a diretora da unidade, Lóide Magalhães.
Outro grande desafio, segundo a diretora do Itego em Artes Basileu França, é levar a arte a pessoas que necessitam dela. Democratizar o acesso à arte, pois muitas pessoas querem ter acesso a ela, mas não tem a oportunidade. Então o desafio do Basileu França é democratizar a arte, além de espaço para receber toda a demanda que a instituição tem. Um exemplo é a busca por aulas de música, que possui somente 98 vagas, mas a procura de mais de 1 mil interessados.
Financiamento
O Basileu França prepara artistas tanto para o mercado nacional, quanto para o internacional. E recebe apoio do Governo do Estado. Atualmente 230 artistas recebem bolsa com valores entre R$ 800 e R$ 600 para custear alimentação, transporte e material. Os alunos que foram para o Prix de Lausanne, o governo do estado custeou a estadia e transporte da professora que acompanha os alunos.
Dos seis brasileiros escolhidos para o Prix de Lausanne 2020 três são alunos do Itego em Artes Basileu França, em Goiânia. Ao todo, 377 bailarinos (301 meninas e 76 meninos) participaram da seleção para o Prix de Lausanne, através dos vídeos enviados, representando 44 países diferentes. As seleções de vídeos ocorreram, de 24 a 27 de outubro, em Lausanne, com um painel de jurados composto por 9 profissionais do mundo da dança.
A Orquestra Jovem de Goiás vai a Berlim com 50 músicos, com passagem bancada pelo governo do Estado de Goiás. A estadia e alimentação será custeada pela associação de pais e mestres que apoia os músicos, através de doações.
“O governo tem que nos ajudar, mas ele não deve ser responsável por tudo”, acredita. “Precisamos trabalhar e mostrar para os alunos que quando eles estão trabalhando para conseguir custear uma viagem, eles também aprendem como funciona o mercado e como vão oferecer a arte deles. O Estado ajuda, mas eles precisam também se dedicar”, explica.
Retomada
Na gestão passada, o Basileu França ficou em vias de fechar em 2018 por falta de repasse dos recursos. À época havia dois meses de salário atrasados, sobretudo dos professores, as férias não chegaram a ser pagas. O que resultou em greves e manifestações. A atual gestão buscou regularizar a situação, fazendo parcelamento dos valores devidos para regularizar a situação financeira e salarial da entidade.