Zacharias Calil critica projeto que determina cobrança de mensalidade nas universidades públicas

02 junho 2022 às 17h03

COMPARTILHAR
“Não é real a ideia de que as universidades federais são redutos de ricos”, argumentou durante fala na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal
O deputado federal Zacharias Calil (UB) se posicionou contra a proposta que determina que as universidades públicas deverão cobrar mensalidades dos estudantes. O parlamentar argumentou, nesta quinta-feira (2), na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, que a maioria dos estudantes das universidades são pobres, usando a Universidade Federal de Goiás (UFG) como exemplo.
“[Cerca de] 97% dos estudantes estão na zona de vulnerabilidade, segundo a pesquisa do perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação realizada pela Associação Nacional de Ensino Superior das Universidades e Instituições Federais, que foi entregue ao MEC. A pesquisa mostra que os mais ricos são maioria apenas em 7 dos 10 cursos mais concorridos. Por outro lado, os pobres lideram em 95 das 102 graduações ofertadas na UFG. No curso de medicina, no qual eu participei, o mais concorrido da universidade federal, 45,7% dos estudantes estão na faixa de vulnerabilidade. Goiás está entre os estados com maior número de alunos na faixa de vulnerabilidade”, disse. “Não é real a ideia de que as universidades federais são redutos de ricos. A ideia dessa PEC pode afetar grande parte da sociedade brasileira”
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206/19 tramita na Câmara Federal. De acordo com o texto, a gratuidade será mantida apenas para estudantes comprovadamente carentes, definidos por comissão de avaliação da própria universidade, com base em valores mínimo e máximo estabelecidos pelo Ministério da Educação.
A PEC 206 foi apresentada pelo deputado federal General Peternelli (União-SP). O projeto defende que a “gratuidade generalizada, que não considera a renda, gera distorções gravíssimas, fazendo com que os estudantes ricos – que obviamente tiveram uma formação mais sólida na educação básica – ocupem as vagas disponíveis no vestibular em detrimento da população mais carente, justamente a que mais precisa da formação superior, para mudar sua história de vida”.