5 melhores livros de ficção científica da história que previram o futuro

17 junho 2025 às 12h17

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5
Neuromancer
Neuromancer, do canadense William Gibson, é a obra mais inovadora e poderosa do subgênero do Cyberpunk. Percursor espiritual de Matrix, Ghost in the Shell e uma centena de outros filmes em que personagens interagem no ciberespaço, este livro é aquele que melhor mistura os gêneros de ação e investigação policial com conceitos muito complexos para o ano em que foi lançado, 1984.
Neuromancer “adivinhou” as redes sociais, a dark web, o cyber terrorismo, a migração da espionagem industrial para a arena digital. O melhor: fez tudo isso com uma prosa dinâmica, violenta e direta. Os tipos sociais dos anos 80, com tribos urbanas em guerra, são um subtexto um pouco datado, mas que tornam a trama ainda mais interessante e complexa.
4
Cyberiad
A Ciberíada, do polonês Stanisław Lem, é um conjunto estranho de contos, engraçados e surreais. Os engenheiros robóticos Trurl e Klapaucius protagonizam algumas narrativas que se aproximam da fábula, com dragões, reinos e magos; em outras histórias, a trama se torna uma sátira política. Em todas, o wit filosófico e conjectural de Lem ocupa o primeiro plano, com conceitos intrigantes da física sendo levados até o extremo do absurdo para fins cômicos e dramáticos.
3
Fundação
Isaac Azimov é o mestre da premissa. Como um físico, Azimov coloca seus personagens em movimento num mundo regido por forças curiosas, mas explicadas claramente ao leitor. A trajetória da trama é como uma fórmula — lógica, inexorável e implacável. Não se pode negociar com a tragédia anunciada pela ideia geradora de Fundação: uma nova ciência chamada psico-história é capaz de prever todos os acontecimentos, e ela prescreve que as pessoas tomem medidas horríveis para evitar o colapso da civilização.
2
Encontro com Rama
De um lado, houve escritores como George Orwell e Aldous Huxley, preocupados em trazer a ficção científica para o campo da “literatura séria”, tratando elementos científicos como procedimento do ofício. De outro, Phillip K. Dick e Frank Herbert não se incomodavam com o rótulo “literatura de gênero”, interessados em criar experimentação com a linguagem e efeitos narrativos curiosos, menos preocupados com o refinamento da forma. No meio, houve Arthur C Clarke.
Em Encontro com Rama, Clarke tem um domínio da prosa tão competente quanto o de qualquer autor da ficção literária (2001: Uma Odisseia no Espaço tem a mesma qualidade, mas é um livro muito mais especulativo). A trama, silenciosa, de exploração e sobrevivência, tem aspectos de O Velho e o Mar ambientado no espaço.
1
Matadouro Cinco
O melhor livro de ficção científica de todos os tempos é também um clássico americano antiguerra, combinando conceitos de viagem no tempo com indagações filosóficas profundas sobre a natureza da consciência. O resultado é um livro que transcende seu gênero. Falando sobre o trauma dos veteranos (o autor, Kurt Vonnegut, serviu o exército na Segunda Guerra Mundial), Vonnegut fala sobre a natureza humana.
Em um dos momentos mais marcantes do livro semiautobiográfico, em uma Dresden terraplanada pelo bombardeio dos aliados, um amigo é executado após corte marcial por roubar bens dos escombros. A narrativa que inicia como ficção científica rapidamente se torna um estudo muito concreto sobre a psicologia do trauma.