Processo sobre contratações fantasmas chega à corregedoria da Câmara de Goiânia e tem mais de 4 mil páginas

22 maio 2014 às 13h40

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Segundo corregedor da Casa, Paulinho Graus, autos contêm gravações em vídeo e áudio dos envolvidos no suposto esquema. Ele avaliou que é preciso responsabilidade ao analisar caso do colega Divino Rodrigues
O processo que apura o suposto envolvimento do vereador Divino Rodrigues (Pros) na contratação de servidores fantasmas em seu gabinete na Câmara Municipal chegou há uma semana para o corregedor da Casa, o vereador Paulinho Graus (PDT).
O processo tem mais de 4 mil páginas e foi enviado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e o Ministério Público de Goiás (MPGO), este último responsável pela deflagração da Operação Poltergeist, no início de abril. As investigações apontaram também a participação do deputado Daniel Messac (PSDB) no esquema.
De acordo com Paulinho Graus, os autos recebidos são sigilosos e contêm muitas gravações em áudio e vídeo. “Não é qualquer trabalhinho analisar isso daqui”, avaliou, mostrando ao Jornal Opção Online o calhamaço. Ele avalia que é preciso responsabilidade na análise do caso pela sua complexidade. Isso porque os documentos relatam apurações feitas na Assembleia Legislativa e na Câmara de Goiânia. “É preciso analisar de forma separada com o que aconteceu na Assembleia”, informou o vereador.
Operação
Ao menos 90 pessoas foram investigadas pelo MPGO há um ano por suspeita de esquema de desvio de verba pública na Assembleia Legislativa e na Câmara de Vereadores de Goiânia por meio da contratação de servidores fantasmas. As apurações foram iniciadas com denúncia feita por um envolvido no esquema e resultaram na deflagração da Operação Poltergeist.
Foi investigada também a possível prática de nepotismo cruzado entre as duas Casas, supostamente envolvendo Daniel Messac e de Divino Rodrigues (Pros), que estariam mantendo em seus respectivos gabinetes familiares de um e de outro, de forma trocada.
As investigações apontaram compensação “salarial” entre os funcionários fantasmas –– para que embora em casas legislativas diferentes, os “contratados” recebessem o mesmo valor ––; e que essas pessoas acordavam em devolver entre 80% e 90% do valor total do vencimento.