“Tragédia anunciada”, diz morador de prédio evacuado após desmoronamento no setor Marista, em Goiânia

15 janeiro 2024 às 18h03

COMPARTILHAR
Os moradores do segundo prédio ao lado das obras de um grande edifício na Rua 1.128, no Setor Marista, em Goiânia, que desabou na madrugada, levaram os últimos pertences durante a tarde desta segunda-feira, 15, depois de sairem às pressas. As famílias dos dois prédios foram deslocadas para hotéis da região, mas alguns optaram em ir morar com familiares, sem saber quando e se retornariam para casa.
Uma equipe do Jornal Opção visitou o local, conversou com responsáveis pela construção e com alguns residentes.
Um representante da Opus Incorporadora, empresa responsável pelas obras, disse que foram pagas duas diárias de hospedagem para os moradores. Segundo ele, este prazo de dois dias foi estipulado para a conclusão da perícia técnica para saber o comprometimento das estruturas vizinhas.
Enquanto isso não é definido, da sacada do apartamento do servidor público Paulo Apolo, que fica o lado do canteiro de obras, a visão é de medo, pois de lá é possível visualizar todo o cenário. “É uma tragédia anunciada”, diz.
Ele conta que há duas semanas observou da sacada que o muro do condomínio e parte da lateral da obra na divisa com a Avenida 136 apresentaram rachaduras. “Veja lá, eles fizeram contenção com cimento, próximo ao stand de vendas deles”, apontou.
Já do lado oposto, onde desabamento levou parte da rua 1.128 e resultou na evacuação do primeiro prédio foi o alerta para eles. “Agora, o que nos levou a aumentar o nosso temor é o tamanho do volume de terra e o avançou do buraco sobre a rua, interditando o primeiro prédio”, apontou.
“Quem fica em paz? ‘Deus livre e guarde’ uma chuva forte durante a madrugada, qualquer barulho a gente assusta, temos criança pequena, trabalho fora e chego tarde da noite, ninguém tem o sucesso necessário dentro de casa”, lamenta.
Outro casal de moradores, que preferiu não se identificar, também esteve no edifício para buscar mais bolsas. Indagados se já estavam acomodados no hotel, a mulher respondeu que a alternativa foi a casa da mãe dela. “Temos uma cachorrinha e não é possível levar conosco”, acentuou.
Eles vivem no local há sete anos, mas agora tiveram que deixar tudo para trás.
Leia também: “Barulho e desespero”: moradores relatam como foi evacuação de prédios atingidos por desmoronamento em Goiânia
Prédio no setor Marista é evacuado após desmoronamento em Goiânia