Não dá mais para ignorar. Palmas vive uma onda de violência sem precedentes. A capital mais tranquila do País está caminhando para se tornar uma das mais violentas. Os números confirmam a escalada: apenas este ano, já foram registrados 82 assassinatos violentos em Palmas, um aumento de 200% em comparação ao mesmo período do ano passado.

A Policia Militar iniciou esta semana a Operação Cidade Blindada, de combate à criminalidade, para tentar conter a onda de crimes e homicídios que tem aterrorizado os moradores. A estratégia é aumentar o contingente. O comandante-geral da PM, coronel Márcio Antônio Barbosa, explica que foi criado um batalhão virtual com 60 policiais do interior, especializados em patrulhamento tático.

O comandante garante que, no âmbito do Estado, a segurança pública apresenta bons números, mas reconhece que tem um problema que chama de pontual, que são os homicídios na capital. “Isso está destoando da estatística que a gente tem” pontua o comandante, enfatizando que a política está comprometida em buscar uma solução. “Estamos criando o Batalhão Virtual da Força Tática. A PM está trazendo 60 policiais do interior com especialização em patrulhamento tático e urbano, que atuarão em Palmas no período que for necessário para que a gente dê uma freada nesta onda de homicídios”, explica o comandante.

Para a polícia, 90% dos homicídios tem relação com o tráfico de drogas. “São disputas de território por organizações criminosas que estão guerreando entre si”, explica o comandante. Levantamento feito por entidades de direitos humanos aponta que metade das vítimas não tinha passagem pela polícia. Para a PM, o fato de não ter passagem não significa que não tenha envolvimento com drogas.

Mais um grande desafio para o governo do Estado, já que a segurança é atribuição do governo estadual e a violência em Palmas tem desafiado operações policiais. A cobrança é maior em função da propaganda do governo, que mostra forte investimento na segurança, com o aumento do efetivo e melhoria dos equipamentos. O governo que capitalizou competência ao mostrar o resultado da Operação Canguçu, tem obrigação de responder aos anseios da população, que cobra mais policiamento. Estrutura, o Estado mostrou que tem. Enfrentar o crime organizado, a polícia também mostrou que sabe. Desta vez, a operação é por tempo indeterminado. É esperar para ver os resultados.