PF cumpre mandados de prisão por esquema de corrupção de serviços gráficos
06 novembro 2019 às 13h43
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Grupo é suspeito de peculato, fraudes em licitações, desvio de recursos e lavagem de dinheiro
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 6, uma operação contra uma organização criminosa suspeita de manter um esquema de corrupção envolvendo gráficas. O grupo é suspeito de peculato, fraudes em licitações, desvio de recursos e lavagem de dinheiro. Mais de dez mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal no Tocantins, em Palmas, foram cumpridos, além de uma ordem de prisão preventiva e duas temporárias.
A ação foi chamada de Operação Replicantes. Foram detidos: Franklin Douglas Alves Lemes – empresário e proprietário da WR Gráfica e Editora, a Copiadora Exata e a Prime Solution; Alex Câmara – dono de um site Orla notícias e suposto preposto de Marcelo Miranda; Carlos Mundim – ex-chefe de licitação da Secretaria de Educação e suposto preposto do ex-governador Marcelo Miranda (MDB), atualmente preso.
A suposta organização criminosa estaria envolvida em várias investigações da Polícia Federal, sempre com o objetivo de obter em vantagens indevidas em detrimento dos cofres públicos. Ainda de acordo com a PF, o grupo também praticava atos de intimidação contra profissionais da imprensa. Os esquemas criminosos estariam ligados a pessoas influentes no meio político do Tocantins, com poder para colocar pessoas de confiança em cargos comissionados estratégicos para contribuir com a atuação da organização criminosa e desviar recursos públicos.
“Todo o conjunto probatório acostado pela autoridade policial […] indica que o investigado Franklin Douglas é o verdadeiro administrador das sociedades empresárias que, conforme se demonstrará em seguida, celebrou diversos contratos com a Seduc havendo fortes indícios da prática de crimes voltados ao enriquecimento ilícito por meio de licitações direcionadas, mediante a corrupção dos demais envolvidos, em especial os irmãos Miranda”, diz a decisão do juiz federal.
Segundo a PF, a operação busca obter novas provas, interromper os atos criminosos, identificar e recuperar recursos frutos dos desvios, além de resguardar a aplicação da lei penal, a segurança de testemunhas e o livre trabalho da imprensa.
As investigações que deram origem à Operação Replicantes são um desdobramento da Operação Reis do Gado, de 2016. Neste inquérito específico são apurados supostos crimes de desvio de dinheiro a partir do direcionamento de contratos da Secretaria de Educação para um grupo de empresas gráficas, que teriam recebido R$ 38 milhões em contratos com o governo.