Disputa pelo Senado sacode a política do Tocantins
10 julho 2022 às 00h00
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Marcelo desiste, Kátia cai, Dorinha dividida, Eli vira opção e Carlesse mostra a cara
O ex-governador Marcelo Miranda (MDB) mantém agenda de visita ao interior, mas não mais como pré-candidato ao Senado, como vinha trabalhando, avaliando que tinha chances de vencer – embora reconhecendo que esta eleição pela única cadeira do Senado se projeta como a mais disputada da história do Tocantins. Miranda é candidato a deputado estadual e diz que a decisão não representa rebaixamento político, mas disposição de abrir mão de projetos pessoais para o fortalecimento do um projeto coletivo.
A senadora e candidata à reeleição Kátia Abreu (pP), ao que tudo indica, não será mais companheira de chapa do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). A senadora já é vista por governistas como carta fora do baralho. O afastamento da senadora da base governista é questão de dia ou de horas. Se quiser manter o projeto de tentar conquistar pela terceira vez a cadeira do Senado, Kátia terá de procurar outra chapa. Wanderlei já teria outro nome para o seu lugar. As críticas do senador Irajá Abreu (PSD) ao governador são sintoma de rompimento.
A deputada federal Professora Dorinha (UB) deve ser a próxima adesão a ser anunciada pelo pré-candidato à reeleição Wanderlei Barbosa para compor chapa, na condição de pré-candidata ao Senado. Uma exigência da base governista que está sendo atendida, a um custo alto em termos político. A ascensão de Dorinha na base do governo representa a queda de Kátia Abreu, que jura lealdade ao governo ainda agora. Porém, a tendência é de que vire oposição em breve. E oposição ruidosa, que indiscutivelmente vai gerar desgaste para Wanderlei, tudo que um candidato que pretende vencer no primeiro turno não quer ter.
O ex-governador Mauro Carlesse faz campanha como pré-candidato ao Senado pelo Agir, partido que tem como presidente seu ex-chefe de gabinete Sebastião Albuquerque. O ex-governador, que passou tanto tempo em silêncio, agora mostra a cara e faz acusações a ex-aliados, muitos deles deputados. Carlesse, segundo juristas, é inelegível, por ter renunciado ao mandado para frear instalação de impeachment pela Assembleia Legislativa. O ex-governador participou de evento de lançamento de sua pré-candidatura em Gurupi, onde conta com total apoio da prefeita Josi Nunes (UB), que será a coordenadora da campanha.
O deputado federal Eli Borges (PL) vira opção de pré-candidato ao Senado na chapa de Ronaldo Dimas (PL), mais uma confirmação de que o ex-prefeito não conta mais com a Professora Dorinha para o cargo. Dorinha estaria na chapa governista, o que justifica as críticas do senador Irajá. Nessa disputa acirrada pela representação do Tocantins no Senado, novos nomes esquentam ainda os bastidores da disputa. Com todas essas conjecturas, o que tem de mais certo é que Professora Dorinha já tomou sua decisão e só falta anunciá-la. O que, então, explica tanto rebuliço?