Passados três meses dos atos de vandalismo que causaram danos aos edifícios dos Três Poderes da República, em 8 de janeiro, as autoridades estão progredindo na responsabilização de militares das Forças Armadas que possam ter participado ou se omitido na tentativa de golpe de estado. Nesta quarta-feira, 12, cerca de 80 militares serão interrogados pela Polícia Federal em uma unidade da corporação em Brasília.

Entre os militares convocados para prestar depoimento, está inclusive um general de alta patente do Exército, Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que até a terça-feira anterior ocupava o cargo de chefe do Comando Militar do Planalto. Portanto, durante o comando de Dutra, a Força Armada teria impedido a prisão dos supostos golpistas que retornaram ao acampamento em frente ao quartel-general no dia dos ataques.

Além de Dutra, também foi convocado a depor o tenente-coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora, que em 8 de janeiro comandava o Batalhão de Guarda Presidencial (BGP), responsável justamente por defender o Palácio do Planalto. Como se sabe, o batalhão não cumpriu seu dever, mas além disso, o tenente-coronel ainda foi filmado protegendo os invasores do prédio.