Pesquisadores encontram risco oculto em garrafas de água mineral
26 fevereiro 2024 às 09h17
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Muitas vezes, a água mineral engarrafada pode parecer oferecer um cheiro e um sabor melhor, o que parece ser uma alternativa mais “saudável”. Entretanto, essa prática pode conter um risco oculto e preocupante. Segundo um estudo da Universidade de Columbia, cerca 280 amostras de água mineral analisadas, somente uma atendeu aos critérios de estar livre de plásticos, microplásticos e nanoplásticos.
Por meio da técnica avançada de Espalhamento Raman Estimulado, os pesquisadores analisaram três marcas populares de água mineral nos Estados Unidos. O objetivo era detectar a presença de micro e nanoplásticos, identificando sete tipos comuns de plástico. O estudo apontou que em cada litro de água mineral engarrafada, havia entre 110 mil e 370 mil fragmentos de plástico detectáveis, sendo 90% deles nanoplásticos.
O plástico mais comum encontrado foi o tereftalato de polipropileno (PET), amplamente utilizado na fabricação de garrafas. Esses fragmentos se infiltram na água devido à quebra da embalagem, seja por compressão ou exposição ao calor, e até mesmo pelo simples ato de abrir e fechar repetidamente a tampa.
Surpreendentemente, a presença do poliamida, um tipo de náilon proveniente dos filtros plásticos usados no processo de purificação da água, superou a do PET. O estudo também identificou a presença de poliestireno, cloreto de polivinila e polimetilmetacrilato, com a descoberta adicional de outros plásticos desconhecidos.
Em outro estudo realizado na Espanha, pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) e pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona, apenas uma amostra das 280 unidades de 20 diferentes marcas não continha microplásticos. Porém, todas apresentavam algum aditivo plástico.
Em média, um litro de água continha 359 nanogramas de micro e nanoplásticos. Considerando o consumo diário de dois litros de água, estima-se que cada pessoa possa ingerir até 262 microgramas de partículas de plástico por ano.
Os pesquisadores destacaram a presença de plastificantes que representam riscos significativos para a saúde humana. Diante desses resultados, é imperativo que consumidores, autoridades e a indústria reavaliem os métodos de produção e embalagem da água mineral, visando garantir a segurança e a saúde daqueles que optam por essa fonte aparentemente inofensiva de hidratação.
A presença de microplásticos nas garrafas de água representa uma preocupação crescente devido aos potenciais riscos para a saúde humana. Além dos efeitos a longo prazo ainda não compreendidos totalmente, a ingestão pode causar inflamação e lesões gastrointestinais; efeitos no sistema endócrino; e até impactos na saúde reprodutiva.
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