Outubro Rosa: exames preventivos favorecem diagnósticos precoces, aumentando possibilidade de cura
17 outubro 2024 às 11h06
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Todos os anos vemos campanhas do Outubro Rosa espalhadas em diversas plataformas, sejam elas públicas ou privadas. O momento é de cuidado com a saúde feminina, buscando combater e prevenir contra os cânceres de colo do útero e de mama. Especialistas de todo o mundo reforçam a importância dos exames preventivos como forma de combater mais eficientemente quaisquer doenças que possam surgir.
Em entrevista ao Jornal Opção, o ginecologista e obstetra José Ricardo Lopes Filho explica que a campanha do Outubro Rosa surgiu no início dos anos 90 com o intuito de alertar as mulheres sobre a importância do combate e prevenção ao câncer de mama. Entretanto, com o passar do tempo, o espectro foi se abrangendo e o Outubro Rosa passou a tratar também do câncer de colo do útero e, mais adiante, da saúde feminina de uma forma geral, abordando, inclusive, questões como os efeitos da menopausa.
O ginecologista reforça a importância da realização de exames preventivos periodicamente, seguindo a indicação para cada faixa etária. José Ricardo destaca dois exames específicos, a mamografia, que busca identificar o câncer de mama em seus estágios iniciais, e o papanicolau, voltado para os tumores no colo do útero.
A mamografia, segundo indicações do Ministério da Saúde, deve ser realizada a cada dois anos em mulheres acima dos 40. Pessoas com menos de quarenta anos devem fazer o exame em casos de suspeitas de síndrome hereditárias ou para completar diagnóstico quando houver nódulos palpáveis. Já o papanicolau é indicado para toda mulher que tem ou já teve vida sexual ativa, focando na faixa etária dos 25 aos 59 anos.
Pensando no estigma ligado ao câncer, o ginecologista afirma que, no caso das mulheres, a realização dos exames de rotina é algo mais tranquilo, principalmente quando se compara com a frequência dos testes nos homens. Entretanto, ainda existe resistência e preconceitos com o tratamento da doença. A quimioterapia, a radioterapia e possíveis cirurgias para retirada da mama ou do útero afetam drasticamente não apenas a saúde física das pacientes, mas também a emocional.
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Violência contra mulheres e meninas: Menos rosas, mais aliados
“Isso vai ter um impacto na qualidade de vida dessa paciente e das relações que ela tem”, resumiu. Apesar dos possíveis impactos, é importante desestigmatizar as possíveis consequências do tratamento a fim de aumentar as chances de recuperação dessas mulheres. “Mesmo nessa correria do dia a dia, é importante que ela tire uma vez por ano para ir ao médico, especialmente no ginecologista”, resumiu José Ricardo.
Mulheres que tenham acesso à rede particular de saúde devem agendar consulta diretamente com um ginecologista. Pensando no caso das pacientes que fazem uso da rede pública, é possível realizar o papanicolau em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e lá solicitar a mamografia. Esses resultados devem ser compartilhados com o médico da família. “Se necessário ele vai encaminhar para um ginecologista para fazer esse acompanhamento, ou para um mastologista, se for o caso”, explica o especialista.
Por fim, José Ricardo afirma que é importante pensar “na integralidade da paciente”, reforçando a importância das visitas regulares ao médico para realização de exames preventivos de naturezas diversas. O ginecologista reforça que homens transexuais, que não realizaram os procedimentos cirúrgicos para transição, também devem realizar com periodicidade os exames mencionados acima, ligados ao Outubro Rosa.
Governo de Goiás
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) informa que está realizando uma força tarefa durante esta semana para zerar as filas de espera para realização de mamografia. Até o dia 18 de outubro, as policlínicas de Posse, Goianésia, Quirinópolis, Formosa, Goiás e São Luís de Montes Belos vão atender mulheres que aguardam na fila e também aquelas que chegam por demanda espontânea. “ A previsão é de que sejam realizados 40 exames por dia em cada policlínica”, resumiu.
Existe também ação focada na redução da fila de espera por cirurgias em mastologia (setorectomia), no HGG (Goiânia), Hemu (Goiânia), HCN (Uruaçu) e HPET (Jataí). A SES-GO também está com projeto voltado para a avaliação pré-cirurgia em mastologia e ginecologia no Hetrin (Trindade), HEL (Luziânia), HCSPA (Goiás), Heja (Jaraguá), Heelj (Pirenópolis), HESLMB (São Luís de Montes Belos), HNF (Catalão), HEF (Formosa) e HEI (Itumbiara)
Em nota, a Secretaria compartilha ainda a possibilidade de realização de testes genéticos para rastreio do câncer de mama e/ou ovário primário, em convênio com a Universidade Federal de Goiás (UFG). “ Esses testes envolvem sequenciamento dos genes BRCA1 e BRCA2 para pacientes que atendem aos critérios legais. Há também aconselhamento genético a pacientes e familiares que se enquadrem nos critérios estabelecidos pela mesma lei”, explicam. O público-alvo são mulheres diagnosticadas com câncer de mama ou ovário antes dos 40 anos ou aquelas com câncer triplo negativo antes dos 50 anos.