Uma das empresas que pertence ao conglomerado Grupo José Alves, condenado nesta quinta-feira, 25, pela Justiça do Rio Grande do Sul por incentivar propaganda do “tratamento precoce”, lucrou R$ 470 milhões com a venda de ivermectina. A informação foi divulgada pelo diretor-executivo da farmacêutica, Jailton Batistas, em agosto de 2021, durante um depoimento para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.

Além da farmacêutica, o Centro Educacional Alves Faria (Unialfa) também foi condenado pela decisão judicial divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF). Outra entidade que também pagará por danos morais e à saúde é associação Médicos Pela Vida. Todos foram condenados a pagar um montante total de R$ 55 milhões pela Justiça.

De acordo com a decisão judicial, todas as entidades condenadas divulgaram material publicitário considerado ilegal sobre o “tratamento precoce”. Relembrando que a ivermectina é um vermífugo, mas nunca teve a eficácia comprovada na tratamento do coronavírus. Assim como a cloroquina, outro remédio que foi associado ao “kit covid”.

Outro lado

Em sua defesa, a Vitamedic alegou que o patrocínio para a publicação do manifesto não se tratou de propaganda irregular de medicamento, uma vez que a própria Anvisa havia concluído isso. Somente a agência teria competência para analisar a regularidade ou não do texto, defendeu a empresa em resposta enviada à Agência Brasil.

A associação, por sua vez, sustentou no processo que “defende o ‘tratamento precoce” por ser absoluta convicção, dos profissionais que a compõe, que referido tratamento minimiza a replicação viral e melhora a imunomodulação, trazendo benefícios concretos à saúde e recuperação dos pacientes. “Não há nenhum interesse comercial, econômico ou político, nem tem em seus quadros nenhum expert financiado pela indústria farmacêutica”.