Abril Azul: saiba como identificar sinais de alerta para autismo em crianças

10 abril 2024 às 09h27

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É fundamental que os pais e responsáveis estejam atentos ao comportamento de seus filhos desde os primeiros meses de vida, pois isso pode ajudar na identificação precoce de sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças. O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), unidade de saúde do Governo de Goiás, está divulgando uma série de orientações com o objetivo de incentivar o diagnóstico precoce do autismo neste mês do Abril Azul, campanha instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientização sobre o autismo.
“Nos primeiros meses de vida, os bebês devem sorrir em resposta ao sorriso do cuidador, procurar a face da mãe no momento da amamentação, trocar olhares durante a troca de fraldas e, mais tarde, por volta dos nove meses, fazer movimentos com o corpo para pedir colo, gestos como mandar tchau e balbuciar”, explica a neuropediatra Jeania Souza.
Já após o primeiro ano de vida, a psicóloga Michelly Alves ressalta que os sinais de atenção para identificação do autismo podem ser diferentes. “As manifestações mais comuns são comportamentos repetitivos e interesses restritos, como brincar com pecinhas de objetos, balançar o tronco, girar em torno do próprio eixo, não atender quando é chamado, não se interessar em brincar com outras crianças”, conta a psicóloga. “Os pacientes com TEA também podem apresentar reações exageradas diante de estímulos sensoriais, como luz, sons, cheiros e texturas”, alerta.
Diagnóstico
De acordo com a Sociedade Americana de Psiquiatria, o Transtorno do Espectro Autista afeta uma a cada 36 crianças. Para a neuropediatra Jeania Souza, é essencial que o diagnóstico seja realizado de forma precoce, para que a criança tenha acesso rápido ao tratamento. “Mais importante que o diagnóstico é que a gente não atrase o tratamento desse paciente. As crianças possuem janelas de oportunidade para o desenvolvimento e quanto antes a gente intervir, mais a gente pode modificar o caminho”, reforçou a médica.
Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) passou a ser utilizado a partir de 2013 e abarca uma fusão do que antes era denominado Autismo, Transtorno Global do Desenvolvimento e Transtorno de Asperger. Não é considerado uma doença, mas uma condição que é parte da diversidade humana. “Antigamente, se a criança tinha um comportamento atípico ela era mantida dentro de casa. Hoje trabalhamos para viabilizar a inclusão, combater o preconceito, reduzir barreiras e proporcionar desenvolvimento para essas crianças”, finaliza MIchelly.
Sinais comuns
- Apresentar atraso anormal na fala;
- Não responder quando for chamado e demonstrar desinteresse com as pessoas e objetos ao redor;
- Ter dificuldades em participar de atividades e brincadeiras em grupo, preferindo sempre fazer tarefas sozinho;
- Não conseguir interpretar gestos e expressões faciais;
- Ter dificuldade para combinar palavras em frases ou repetir a mesma frase ou palavra com frequência;
- Apresentar falta de filtro social (sinceridade excessiva);
- Sentir incômodo diante de ambientes e situações sociais;
- Ter seletividade em relação a cheiro, sabor e textura de alimentos;
- Apresentar movimentos repetitivos e incomuns, como balançar o corpo para frente e para trás, bater as mãos, coçar algumas partes do corpo (como ouvidos, olhos e nariz), girar em torno de si, pular de forma repentina, reorganizar objetos em fileiras ou em cores;
- Mostrar interesse obsessivo por assuntos considerados incomuns ou excêntricos, como biologia, paleontologia, tecnologia, datas, números, entre outros;
- Ter problemas gastrointestinais ocasionados por quadros de ansiedade.
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