Assinatura de convênio entre Governo do Estado e Prefeitura de Goiânia sela definitivamente novo clima político-administrativo entre as duas maiores lideranças de Goiás, Marconi e Iris

Governador Marconi Prillo e prefeito Iris Rezende: parceria produz efeitos na produção de melhorias que afetam diretamente a vida dos cidadãos | Foto: Divulgação / Gabinete Imprensa
Afonso Lopes
O prefeito Iris Rezende pediu e levou. Ele queria que Goiânia entrasse no bolo das parcerias que o governo estadual costurou com o programa Goiás na Frente. O governador Marcoi Perillo topou, como fez com todos os prefeitos, independentemente da filiação partidária. Na quinta-feira, 3, foi a vez de Iris receber Marconi no Palácio do Cerrado Venerando de Freitas Borges, uma semana depois de ter sido recebido no Palácio Pedro Ludovico Teixeira. No encontro, Iris revelou seus planos: construir o segundo ramal da avenida Leste-Oeste, percorrendo a antiga estrada de ferro, até chegar à divisa com Senador Canedo. Previsão de custos: 70 milhões de reais. Com a parceria, o custo será meio a meio, 35 milhões de reais bancados pela prefeitura e 35 milhões de reais dos cofres do Estado.
Benefício
Ficou acertado entre eles que técnicos das duas administrações vão traçar o calendário dos repasses para que a obra, que já está em fase adiantada de projeto para licitação, saia do papel. De acordo com o que ficou acertado, cada desembolso de um vai ter um desembolso de igual valor do outro.
Esse exemplo de Goiânia é revelador quanto aos efeitos da parceria entre Estado e prefeituras na produção de melhorias que afetam diretamente a vida dos cidadãos. E mostra também que se recusar parcerias político-administrativas por causa das questões eleitorais tem como pior efeito colateral o empobrecimento da relação entre as instâncias de governo, com imediato prejuízo para a população.
O programa Goiás na Frente foi uma excelente sacada do governo de Marconi Perillo, que botou fim à pasmaceira administrativa geral desencadeada pela forte recessão econômica de 2015 e 2016. Centrado no caráter republicano, e não partidário, as assinaturas de convênio se tornam não um encontro suprapartidário, mas uma atitude administrativa responsável e democrática. Através do convênio, os recursos são repassados para as prefeituras, que se encarregam de construir a obra que foi previamente combinada.
Esse fato quebra qualquer tipo de acusação de interferência direta do Estado nas questões administrativas municipais. O dinheiro sai do cofre estadual, mas a obra é fundamentada na cidade. Esse mecanismo simples “matou” no berço o discurso de alguns opositores, de que o programa era meramente eleitoreiro. Tanto não é que prefeitos da oposição estão à frente da aplicação dos recursos em suas cidades.
É o que acontecerá em Goiânia. A Avenida Leste-Oeste até Senador Canedo é um antigo desejo estratégico para desafogar boa parte do trânsito na capital, bastante carente de grandes avenidas nesse sentido. O que mais há são traçados norte-sul. O projeto desse trecho está nos planos de Goiânia desde a administração de Nion Albernaz, no final dos anos 1990, quando foi feito parte do primeiro trecho, na direção Trindade-Inhumas a partir da Praça do Trabalhador. Antes dessa avenida ser construída, o único acesso era a Avenida Independência, já esgotada há vários anos.
A complementação da Leste-Oeste não é uma obra qualquer. Ela aproveita parte da base ainda existente da antiga estrada de ferro Goiânia-Araguari (MG), o que permite uma boa redução nos custos. Ela será, como no trecho em direção a Trindade-Inhuma, paralela quase constante da Avenida Independência, formando uma alternativa na demanda de tráfego rumo, por exemplo, ao complexo distribuidor de combustíveis de Senador Canedo. O resultado prático disso será percebido pelos moradores do Jardim Novo Mundo e nos trechos das Avenidas Independência e Anhanguera.
Enfim, parcerias como essa são sempre muito bem-vindas, e devem ser cada vez mais implementadas e incentivadas. Quando ao antagonismo eleitoral entre prefeitos e governadores, que ele fique restrito ao campo político-eleitoral, sem contaminar os ambientes político-administrativos. l
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