Em Goiás, governo aposta em policlínicas para cumprir regionalização da saúde
31 janeiro 2020 às 18h50
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De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o objetivo é entregar 17 policlínicas até 2022
“Vamos apertar pra valer agora”, disse o governador Ronaldo Caiado em visita ao município de Posse em meados de janeiro deste ano. A declaração se referia à Policlínica, que, em reta final, está prevista para começar a funcionar a partir do final de fevereiro. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Goiás, a inauguração da unidade de saúde marca um processo de regionalização dos serviços de saúde no Estado.
Conforme a pasta, o objetivo é entregar 17 policlínicas até 2022. Por meio da policlínica, Caiado pretende oferecer serviços especializados de média complexidade e alta resolutividade, em articulação com a atenção básica e assistência hospitalar, “oferecendo à população da região o acesso ambulatorial às especialidades médicas diversas”.
De acordo com a Secretaria, o modelo de policlínicas que vem sendo implantado em Goiás está espalhado pelos Estado de São Paulo, Bahia, Ceará e Paraná. Ele oferece um conjunto de ações e serviços para cada especialidade ofertada, conforme os processos clínicos ou problemas de saúde mais relevantes e/ou prevalentes em cada região. Em Goiás, além de Posse, os municípios de Goianésia, Quirinópolis, Formosa, Cidade de Goiás e São Luís de Montes Belos também já estão com as obras em andamento. Segundo o titular da Saúde, Ismael Alexandrino, as unidades de Posse, Quirinópolis e Goianésia
A Secretaria afirma que as policlínicas de Goianésia e Quirinópolis devem ser inauguradas ainda no primeiro semestre deste ano, mas as datas exatas ainda não foram divulgadas. Já as de Posse, Quirinopólis e Goianésia estão com licitação encaminhada para a escolha da Organização Social (OS) responsável pela gestão das unidades.
O governador Ronaldo Caiado também anunciou a construção da unidade em Campos Belos, na fronteira com o Tocantins. Anteriormente, em entrevista ao Opção, Alexandrino havia afirmado que as unidades que ainda não haviam sido anunciadas, à época, provavelmente seriam a de Campos Belos e Porangatu. “São duas cidades que estão praticamente definidas. Pegamos a faixa Norte completa e assistimos o Estado com especialidade, diagnóstico e terapêutica”, declarou.
A entrega da policlínica de Campos Belos está prevista para 2021, com um investimento total de R$ 13 milhões, sendo R$ 8 milhões investidos na obra e R$ 5 milhões em equipamentos.
O secretário informou que Goiás possui 18 Regionais de Saúde agrupadas em cinco macrorregiões. De acordo com ele, 17 terão policlínicas, com exceção da Região Central, que corresponde a Goiânia, por “concentrar maior número de equipamentos e unidades de saúde no Estado”. Para Alexandrino, o objetivo é o de levar assistência ao interior e “assim evitar que o paciente tenha que ficar se deslocando até a capital”. “Para o Estado, isso significa menos custo. O exame que se faz na capital inclui o custo do transporte. Uma tomografia em Posse em uma unidade privada, a prefeitura paga R$ 500. A tabela SUS paga em torno de R$ 138. O custo da nossa tomografia ficará em torno de R$ 138 ou um pouco mais pelo custo agregado de rateio de energia e outros detalhes. Com o laudo, o valor é pago pelo Ministério da Saúde. É um valor que sai do Tesouro da prefeitura. Direta e indiretamente, o Estado está ajudando o município. A diferença de R$ 500 para R$ 138 o município não tem que pagar mais. Multiplique isso por mil exames”, disse o secretário na entrevista concedida ao Opção.
Policlínica de Posse vai oferecer 19 especialidades e mais de 10 mil consultas mensais
Prevista para ser inaugurada no dia 28 de fevereiro deste ano, a primeira policlínica da “leva” de unidades de saúde a serem entregues à população de Goiás está localizada na Avenida Juscelino Kubitscheck de Oliveira, setor Buenos Aires, em Posse. A unidade funcionará de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e prestará serviços de consultas, exames e procedimentos médicos em áreas como fisioterapia, laboratório clínico, hemodiálise e exames de imagem, como mamografia, tomografia, densitometria e ultrassonografia. Realizará cirurgias menores ambulatoriais e atuará ainda como serviço de apoio diagnóstico e terapêutico.
São 3.775 metros quadrados de área construída, 26 consultórios, 16 salas para exames, posto de coleta do laboratório, farmácia, posto de enfermagem, central de esterilização de material e salas destinadas à administração. Conforme a Secretaria de Saúde, estarão disponíveis 19 especialidades médicas e 6 não médicas; mais de 10 mil consultas e até 25 mil exames de diagnóstico por mês.
A policlínica pretende oferecer atendimento a uma população de 31 municípios integrantes da Macrorregião Nordeste de Goiás, composta por 1.207.393 habitantes. Serão atendidas as seguintes regiões:
Entorno Norte: Água Fria de Goiás, Alto Paraíso, Cabeceiras, Flores de Goiás, Formosa, Planaltina, São João d’Aliança e Vila Boa;
Entorno Sul: Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Cristalina, Luziânia, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás;
Nordeste I: Campos Belos, Cavalcante, Divinópolis de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás;
Nordeste II: Alvorada do Norte, Buritinópolis, Damianópolis, Guarani de Goiás, Iaciara, Mambaí, Nova Roma, Posse, São Domingos, Simolândia e Sítio D’Abadia.
Entretanto, conforme informado pela Secretaria de Saúde, as policlínicas, como a de Posse, não possuem o sistema “porta aberta”. Os pacientes serão atendidos inicialmente, em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em seguida encaminhados por meio do Complexo Regulador Estadual, com horário agendado.
As vagas são disponibilizadas proporcionalmente ao número de habitantes de cada município que compõem a região de abrangência da policlínica.