Crise que quebrou os Estados Unidos em 2008 tem muito a dizer à atual situação financeira do Brasil

23 janeiro 2016 às 11h29

COMPARTILHAR
“A grande aposta” é um filme que mostra, em detalhes, os bastidores de Wall Street anos antes de a bolha imobiliária estadunidense estourar e deixa pontos importantes para se refletir o atual momento brasileiro

Marcos Nunes Carreiro
A adaptação cinematográfica do livro “The Big Short: inside the doomsday machine” tem provavelmente o melhor roteiro entre os indicados ao Oscar deste ano e foi, de fato, “a grande aposta” do diretor Adam McKay, que fez um excelente trabalho traduzindo a linguagem extremamente técnica de Wall Street para o cinema.
Ok. É possível dizer que essa linguagem já tinha sido bastante adaptada por Michael Lewis em seu livro, mas Adam (em conjunto com Charles Randolph) consegue ir além. Basta ver as cenas feitas exclusivamente para prender a atenção do espectador nas explicações dos termos técnicos do mercado financeiro.
Cenas essas que quebram a quarta parede, isto é, se dirigem diretamente a quem está assistindo; e mais: não são personagens que as fazem, mas as próprias pessoas. Margot Robbie nua em uma banheira, enquanto explica os conceitos de subprime, é o primeiro e maior exemplo disso no filme.
Contudo, o longa ainda continua com uma linguagem muito técnica, o que exige uma extrema atenção por parte de quem está sentado na poltrona. E isso faz com que o forte do filme, que tem um roteiro impecável, seja também seu ponto fraco — pelo menos em termos de bilheteria. O público que não tem nenhuma vivência com os termos econômicos e financeiros, acostumado a filmes de fácil entendimento, se perde. E esse é um dos motivos para que ele não seja reconhecido da maneira devida.
Em relação a isso, é possível dizer que o filme é metalinguístico. Logo no início, o narrador — papel exercido pelo bancário Jared Vennett (Ryan Gosling) — diz com todas as letras: “As palavras são difíceis mesmo. É como um recado que vem de Wall Street: ‘Deixem-nos em paz’”. E deixaram. Não é à toa que aparece o nome de Adam Smith em uma cena do escritório de Michael Burry, o primeiro a prever a crise, ainda em 2005, e que é interpretado de maneira brilhante pelo versátil ator Christian Bale.
Ora, se o diabo está nos detalhes, um de seus demônios pode ser encontrado na minúcia de mostrar o nome de Adam Smith, aquele que defendia a não intervenção do Estado na economia em prol da livre concorrência. Isto é, o mercado regulando o mercado sob a égide da pura lei de oferta e procura. E está nesse pensamento, ou em certa distorção dele, o centro de “A grande aposta”; está lá o assunto sobre o qual trata o longa.
A falta de regulação do mercado estadunidense, iniciada a partir de 1973, criou brechas, pois passou a minar a força das agências reguladoras. Houve cortes nos orçamentos e poucos prestaram atenção nisso, o que abriu espaço para fraudes. Não era raro ver funcionários das agências, por exemplo, trabalhando também para os bancos aos quais fiscalizavam. Isto é, havia um jogo duplo.
Com privilégio de informação e seguros de que não suas ações não seriam investigadas a fundo, várias pessoas se aproveitaram da situação e, durante anos, lucraram com isso. Principalmente com a venda de títulos derivativos, sobretudo os do setor imobiliário. É isso o que representa, no filme, o livro de Adam Smith: a desregulação do mercado financeiro, um dos cernes da crise de 2008.
Naquele ano, se o leitor bem se lembra, milhares de casas foram abandonadas. Isso não foi a consequência da crise e sim sua causa. Vejamos: principalmente no início dos anos 2000, os Estados Unidos (EUA) contavam com um alto investimento estrangeiro. Isso deixou o país com muito dinheiro circulando a uma baixa taxa de juros.
Com esse cenário, o mercado financeiro precisava de um jeito para ganhar dinheiro. E a área imobiliária servia bem ao propósito, pois tinha demanda e era um segmento seguro. Afinal, quem não pagaria sua hipoteca, sob a pena de perder a casa se não o fizesse? Foi aí que entraram em jogo as subprimes, títulos de segunda linha, crédito oferecido a muitas pessoas nos EUA, sobretudo àquelas de menor condição financeira e que já tinham, inclusive, histórico de inadimplência.
Dessas pessoas eram cobrados, entretanto, juros mais elevados, já que elas não ofereciam garantia de pagamento. Mas isso não tirou a facilidade da aquisição. Em outras palavras, devido às subprimes ficou fácil comprar a casa própria. Porém, isso só era bom negócio enquanto havia muito dinheiro em circulação e as taxas de juros eram baixas.
O problema veio quando os juros começaram a aumentar, pois as subprimes tinham taxas de juros variáveis. Esse conjunto de fatores fez com que as parcelas das hipotecas subissem de uma maneira tal que os clientes já não conseguiam pagar. Para não afundar em dívidas cada vez mais altas, as pessoas começaram a desistir, abandonando os imóveis. Dessa forma, a inadimplência foi aumentando, principalmente a partir de 2003, e a bolha estourou.
Os reflexos disso foram sentidos diretamente no mercado financeiro, pois a evasão de pagamentos hipotecários causou um rombo nos investimentos de longo prazo e uma grande escassez de crédito. Assim, os bancos que mantinham ativos subprime — praticamente todos — apresentaram problemas de liquidez, não cumprindo compromissos com seus investidores.
Em outras palavras: quando a bolha estourou, a bolsa de valores de Nova York, o centro financeiro do mundo, despencou. Os investidores estrangeiros, responsáveis pela alta quantidade de dinheiro que circulou no país naquela década, tiveram prejuízo e começaram a retirar os investimentos. Isso levou a um calote generalizado e à consequente falha da economia mundial.
Bancos foram à falência, caso do Lehman Brothers, e vários outros precisaram de socorro do governo estadunidense. Barack Obama, que acabava de assumir a presidência dos EUA, precisou injetar bilhões na economia e comprar empresas. A AIG, maior seguradora do mundo, por exemplo, foi estatizada de maneira emergencial pela Casa Branca.
Se isso não fosse feito, a crise econômica de 2008 teria sido pior. Mas os custos foram altos. “Repassaram todas essas perdas para a sociedade”, comenta o economista Jeferson de Castro Vieira. “É o que Celso Furtado [economista brasileiro] chamava de a socialização do prejuízo”.
Jeferson, que assistiu ao filme com o repórter que assina esta reportagem, explica a razão de a economia mundial ter acompanhado a bolsa estadunidense, o que demandou o socorro dado pelo governo: “O mercado derivativo mostrado no filme é um mercado de apostas: quanto vai valer uma casa daqui a cinco anos? O filme mostra que o valor aplicado nesse mercado era duas vezes maior que o PIB brasileiro, à época a sétima economia do mundo. Então, era muito dinheiro. Assim, quando as apostas deram errado, o mundo quebrou”.
Porém, algumas pessoas como Michael Burry, Jared Vennett, já citados, além de Mark Baum, Jamie Shipley e Charlie Geller — vividos no filme por respectivamente por Steve Carrell, Finn Wittrock e John Magaro — perceberam a crise. Burry foi o primeiro. E a grande aposta que dá título ao longa é justamente a deles: de ir contra o mercado, apostando na falência daquele sistema. A economia quebrou, mas eles ficaram ricos.
Brasil não foi atingido pela crise de 2008 e agora paga o preço por isso

Uma das perguntas mais feitas a vários economistas brasileiros é: por que o Brasil não foi atingido pela crise mundial de 2008? E as respostas são muitas. Para Jeferson Vieira, por exemplo, o País não sofreu tanto quanto os EUA porque o governo jogou muito dinheiro no mercado, apostando principalmente nos incentivos à indústria automobilística, à construção civil e ao consumo intenso de eletrodomésticos.
É o que se chama de política anticíclica: quando há crise, faz-se circular o dinheiro para segurar o mercado interno e manter a produção e as exportações. Muitos países fizeram isso entre 2008 e 2010. E é aí que está uma parte do motivo para a crise atual. “A conta chegou com um déficit fiscal muito forte. O governo não consegue fechar as contas públicas e a inflação está muito alta. Esse é o preço que pagamos para que o Brasil não entrasse em crise naquele momento”, explica.
Porém, se muitos países tomaram medidas semelhantes, inclusive os EUA (como já relatamos), por que o Brasil está sofrendo mais? Jeferson responde: “O problema do Brasil é que o governo entrou e não saiu. O filme [“A grande aposta”] mostra que o governo americano entrou na economia por dois ou três anos e depois saiu. O brasileiro entrou em 2006, 2007 e continuou até agora”. Esse é um dos germes do déficit fiscal brasileiro.
Em “A grande aposta”, há o relato do socorro dado pelo governo ao mercado. O que o longa não mostra é que, em determinado momento, o congresso estadunidense exigiu a interrupção do auxílio. Além dos motivos políticos, havia a preocupação com a saúde econômica do país. “O FED, o Banco Central dos EUA”, conta o economista, “começou a emitir títulos para cobrir o enorme déficit. Esses são os títulos lastreados”.
No Brasil, situação semelhante: o governo teve que pegar dinheiro do Tesouro para pagar a dívida (exemplo: Minha Casa Minha Vida e emprestar dinheiro aos empresários por meio do BNDES). Como isso ficou conhecido por aqui? Pedalada fiscal. Isto é, a conta chegou.
“O ‘x’ da questão é que chega determinado momento em que é necessário devolver o dinheiro. Alguém tem que pagar a conta. Ou a sociedade paga a conta ou é necessário criar mecanismos para cobrar”, ressalta Jeferson. No caso do Brasil, a sociedade está pagando. Em partes, vem daí todos os aumentos sofridos do último ano para cá — para ficar em apenas um exemplo.
Ibovespa sentiu

Já a economista Greice Guerra, que trabalha no mercado financeiro brasileiro, afirma que a economia pode não ter sentido tanto, mas relata que a Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) sofreu o impacto na época. “Tanto que, em alguns dias, a Bolsa caía 10% e os negócios travavam; as ações despencavam. Então, sentimos bastante”.
Porém, ela admite que a economia, no geral, não foi tão afetada e explica os motivos. “Nossa taxa de juros variava de 7% a 10% entre 2008 e 2010. O Banco Central estava mais capitalizado, as políticas fiscais eram menos agressivas e as monetárias estavam mais próximas da realidade. Além disso, tínhamos mão de obra empregada e existia mais crédito no mercado. Hoje, pagamos o preço por isso”.
Greice diz que “agora se sabe que o dinheiro existia naquela época por causa das pedaladas fiscais. Em função disso, a economia não sentiu tanto, embora em nível de renda variável tenha havido muito impacto”, o que ocorreu em função de a Bolsa brasileira ser totalmente dependente de Wall Street. “Tanto que abríamos o home broker [ferramenta de acesso aos mercados da Bolsa oferecida por quase todas as corretoras] e estava tudo vermelho”, conta.
A falta de independência não é exclusividade da Ibovespa. Greice relata: “Wall Street manda no mundo. Somos o quintal de lá, apesar de ser a terceira Bolsa do mundo. Se lá fica ruim, o investidor não sabe o que faz e nem entra no mercado de renda variável, preferindo ir para outros setores, como a poupança. É devido à soberania dos EUA, que detém as maiores empresas do mundo”.
Atualmente, se a Ibovespa não vai bem é em função de outras questões, como a Petrobrás, principalmente pelos escândalos, mas também pela falta de investimentos — resultado desse preço que está sendo pago agora pelo País. “Em 2015, a Petrobrás chegou a não encontrar quem assinasse sua auditoria. Dois balanços trimestrais. E isso prejudicou muito a empresa, que ficou tomando multa da CVM [Comissão de Valores Mobiliários], pois a Comissão não aceita esse tipo de situação. E isso, por sua vez, prejudicou a Bolsa”, explica.
Segundo ela, se a Petrobrás e a Vale saírem, o mercado financeiro do País fica desfalcado e mal visto no exterior, isso porque elas representam quase a metade da Bolsa brasileira. Inclusive, Greice acha que um dos motivos para que a Petrobrás esteja até hoje operando, mesmo com suas ações a um preço baixíssimo, é em função disso.
“Há muito investimento estrangeiro nas ações das duas empresas, sobretudo nas da Petrobrás. Os investidores dos EUA estão processando a empresa, pois não aceitam os escândalos de corrupção e os balanços que não foram auditados. Há inúmeros processos contra a Petrobrás, o que é uma pena, pois essa é uma empresa estruturada e que já foi muito respeitada pelo mercado internacional”, relata.
Greice conta que a empresa brasileira está sem pagar dividendos aos seus acionistas desde o ano passado, por falta de dinheiro. “O Brasil corre o risco de perder a Petrobrás, que tem uma dívida altíssima”.
A Vale também está sendo afetada pela crise. Seu valor de mercado caiu de R$ 322,9 bilhões, em 2008, para R$ 41,9 bilhões neste ano; uma perda superior a R$ 280 bilhões. Claro que a empresa também foi afetada pela desaceleração do mercado chinês, grande comprador de commodities minerais do Brasil. Tanto que a agência de classificação de risco Moody’s disse ser esse um dos motivos para colocar o rating da mineradora em revisão para rebaixamento.
A possibilidade de uma bolha imobiliária no Brasil em 2016
Oito anos depois da bolha que quebrou os EUA, especula-se que o mesmo ocorra no Brasil neste ano. Isso porque o quadro é, em partes, semelhante ao estadunidense daquela época: o boom imobiliário se deu quando havia muito dinheiro e crédito circulando no País em uma época de crescimento econômico. Porém, agora há baixa no mercado e um constante aumento da inadimplência.
Apenas nos imóveis do Minha Casa Minha Vida, destinado a pessoas de baixa renda, estima-se que 25% dos contratos estavam com mais de 90 dias de atraso nos pagamentos até o fim do ano passado. E isso considerando apenas o setor imobiliário. No geral, a situação é pior. O Serasa Experian diz que a lista de inadimplentes começou 2016 com 59 milhões de pessoas, que juntas têm um total de dívidas esbarrando na casa dos R$ 250 bilhões. É muito dinheiro.
Tal inadimplência assusta, pois se os compromissos não forem honrados por parte dos compradores, haverá uma reação em cadeia. A situação é ruim e todas as construtoras do País já reduziram drasticamente seus investimentos, sobretudo nos grandes centros urbanos, afinal não há compradores. O principal motivo, lógico, é a crise do País e o aumento do desemprego, cuja taxa deve atingir os 10% neste ano.
Vem desse cenário o medo da existência de uma bolha imobiliária no Brasil. É possível? A questão divide opiniões. Jeferson Vieira acha que não, embora reconheça que o País chegou muito próximo de ter uma. Para ele, o Brasil viveu um momento de valorização dos imóveis devido aos fortes mecanismos de transferência de renda, o que provocou um aumento dos empregos e da renda dos brasileiros, além da formalização do mercado de trabalho.
E isso mexeu com o setor imobiliário. Agora se percebe o aumento da inadimplência e a retração do mercado. Porém, não é motivo para ver nesse cenário uma bolha, segundo Jeferson. “Percebemos no fim do ano passado que houve aumento do preço dos imóveis, mas bem abaixo da inflação. E a tendência é uma queda de preços, muito semelhante ao mercado americano”, diz.
Então, por que não há bolha? O economista argumenta que o Brasil, de fato, esteve muito perto de uma: “Ela só não aconteceu porque ainda havia um déficit habitacional muito alto. Sim, a alta valorização dos imóveis tendia a ser uma bolha; só não foi por causa da crise”. Em outras palavras, as pessoas pararam de comprar, logo o projeto de bolha deixou de existir.
Jeferson diz: “A inadimplência tem aumentado, mas agora o que vai pesar mais é a queda da renda, o aumento do desemprego (quase 10%) e inflação alta. Isso faz com que as pessoas tenham certa dificuldade para adquirir a casa própria. Então, já percebemos que a quantidade de empreendimentos diminuiu substancialmente. Portanto, há uma tendência à queda de preço, que não é, entretanto, provocada por uma bolha”.
Contudo, há quem acredite na possibilidade. A economista Greice Guerra, que é especializada no mercado financeiro, afirma não duvidar que isso possa ocorrer neste ou no próximo ano. “Não me surpreenderia se acontecesse. Talvez não em 2016, porque ainda temos alguma gordura para queimar, mas para 2017 há probabilidade. Perceba que os lançamentos têm diminuído”, diz.
Segundo ela, outro indicador é a queda do valor do metro quadrado. “Em Goiânia, por exemplo, existe construtora que está com 40% de seus empreendimentos sem vender. Terão que reduzir preços, pois é muita coisa. Então, se a economia não melhorar a partir de 2017, o que acho que não vai acontecer, veremos uma bolha”, argumenta.

Mercado financeiro brasileiro é mais fiscalizado que o dos EUA na época da crise
Algo que pode, talvez, impedir que uma bolha imobiliária ocorra no Brasil, nos moldes como aconteceu nos EUA, é o fato de o mercado financeiro no País ser melhor fiscalizado. Pelos menos é o que apontam os economistas Jeferson Vieira e Greice Guerra.
Voltemos por um instante ao filme “A grande aposta”. O que se vê lá é justamente que a falta de regulamentação e acompanhamento por parte das agências reguladoras criou brechas para a existência de um sistema que enfraqueceu a economia. Se houvesse uma regulação de perto, talvez o esquema de subprimes não tivesse acontecido.
No Brasil, quem exerce esse papel é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que controla o mercado, cobrando das empresas a governança corporativa. Isto é, responsabilidade fiscal e financeira além de uma série de outras questões, como explica Greice:
“A CVM é o xerife da Bolsa e das empresas que operam nela. Para a empresa abrir o capital ela tem que cumprir a governança corporativa. Tem que ter responsabilidade social, ambiental, com a mão de obra, além de fiscal e financeira. Apenas depois de comprovar que cumpre tudo isso, é que a CVM libera a abertura de capital, que fiscaliza de perto”.
Ela cita como exemplo o episódio de Mariana, em que a Samarco, empresa pertencente à Vale, foi responsável pelo rompimento da barragem e o consequente dano ambiental ocorrido no Rio Doce. “A CVM aplicou muitas multas à empresa. E se ela não cumprir todas as exigências, ela corre não apenas o risco de operar em Bolsa como de parar suas operações no mundo”, afirma.
Ou seja, a governança corporativa é baseada na transparência. “E para isso é preciso ter auditorias”, conta Jeferson. “O filme mostra muito bem que um dos grandes problemas dos EUA foram as auditorias. Percebemos que havia funcionários das agências regulatórias que tinham relação muito próxima aos bancos. E essa é uma relação que não pode existir. Após a crise, o país regulou isso, o que poderia ter sido evitado”.
Jeferson acredita que as ações da CVM têm sido benéficas para o Brasil, o que pode evitar problemas futuros, mas não deixa de criticar o órgão por não ter percebido a situação da Petrobrás: “O papel que a CVM exerce tem melhorado muito o controle no Brasil, pois tem cercado o mercado para que os investidores não tenham grandes perdas. Contudo, foi leniente em relação à Petrobrás. Faltou controle”