Associação de 35 mil caminhoneiros processará empresas que financiam bloqueios nas estradas
19 novembro 2022 às 12h07
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Segundo o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotivos (Abrava), Wallace Landim, greve e bloqueios nas estradas não representam a categoria. A Abrava representa 35 mil condutores autônomos e afirma que pretende acionar judicialmente as empresas que estão paralisando estradas e cobrar uma indenização pelos danos causados à categoria.
Wallace, mais conhecido como Chorão, afirmou ao portal Congresso em Foco que os manifestantes são funcionários de grandes empresas ligadas ao agronegócio e não agem de maneira espontânea. Ao menos 17 rodovias foram interditadas parcialmente ou bloqueadas, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta sexta-feira, 18. A manifestação ocorre um dia após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas e empresas acusadas de financiar os atos pela intervenção federal com o envio de caminhões a Brasília. Segundo a PRF, não há rodovias bloqueadas em Goiás.
Chorão explica que a pauta dos caminhoneiros não é política, mas econômica, e diz que não há motivo para a categoria apoiar Jair Bolsonaro porque, segundo ele, o atual presidente não cumpriu as promessas assumidas com os caminhoneiros em 2018. “A gente cobra a pauta econômica do atual governo, que são as demandas do transporte que estão paradas no papel. Também estamos procurando interlocução com o futuro governo. Lutamos pela pauta econômica e não pelo fim da democracia”, ressaltou.
“Estão falando que os caminhoneiros estão parando as rodovias para salvar o país, pedindo intervenção militar e impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Até hoje não tive informação de que fecharam os comércios dos apoiadores do presidente, nem as fábricas de fertilizantes e do pessoal que produz soja. Eles estão por trás disso, mas é o caminhoneiro que está levando a fama”, declarou ao Congresso em Foco.