Em entrevista ao Jornal Opção, o vereador por Goiânia e ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL) citou o nome de Eduardo Bolsonaro (PL) como um dos nomes da direita para as eleições de 2026. Ao ser questionado sobre os nomes que despontam na direita como Zema (Novo), Ratinho (PSD), Caiado (UB) e Tarcísio (Republicanos), o parlamentar imediatamente mencionou o deputado federal e filho do ex-presidente Bolsonaro como uma das figuras com, segundo ele, projeção nacional e alinhamento com o bolsonarismo.

O vereador falou também sobre a importância da união da direita para as eleições presidenciais de 2026. Segundo ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro terá papel decisivo no processo eleitoral, seja como candidato ou como líder na escolha de um nome que represente o campo conservador.

“A direita deve ir para as eleições unida. Bolsonaro é quem vai ter um papel muito preponderante ano que vem, independente de estar na urna ou não. Eu torço para que ele esteja, porque ele tem que estar conosco o ano que vem. E eu tenho certeza: se ele for candidato, vai ser o candidato único ou alguém indicado por ele na hipótese de não estar [o candidato único da direita]”, afirmou Vitor Hugo.

Para o parlamentar, o melhor caminho é aguardar a definição de Bolsonaro e, a partir disso, consolidar um nome único. “Não sei quem será, mas acho melhor aglutinar em um nome escolhido pelo Bolsonaro. Isso dá melhores condições de ganhar. Os pré-candidatos da direita têm experiência e projeção nacional, cada um na sua graduação. Mas enquanto Bolsonaro não escolher, todos devem evitar colocar um nome [como possível escolha do ex-presidente]. Depois que ele escolher, todos temos que nos unir em torno do nome que ele indicar”, disse.

Sobre as declarações recentes do governador Ronaldo Caiado, que disse em entrevista à Folha de S. Paulo que direita deve ir separada e se unir no segundo turno em 2026, Vitor Hugo concordou com a ideia, mas sinalizou que o apoio de Bolsonaro será o fator decisivo para a escolha do nome que irá representar a direita em 2026 pela ala bolsonarista.

Vale destacar que Caiado – o primeiro governador a lançar a pré-candidatura ao Planalto – tem reforçado que o apoio do bolsonarismo pode fortalecer sua candidatura, mas que não se condiciona a ele para disputar as eleições.

Caiado critica candidatura única da direita

Em entrevista à Folha de São Paulo, o governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República, Ronaldo Caiado (União), defendeu que a direita lance múltiplos nomes na disputa pelo Palácio do Planalto em 2026. Segundo ele, apostar em um único candidato seria um erro estratégico diante da força do governo federal, que classificou como uma “máquina de triturar” adversários.

A declaração ocorre em meio a uma troca de críticas entre Caiado e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas. Ciro tem defendido a unificação da direita em torno de um nome, preferencialmente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou o governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD). Caiado, por sua vez, reafirmou sua pré-candidatura e acusou o senador de agir de forma desrespeitosa e deselegante.

“Qualquer pessoa que quer ganhar eleição vai dizer ‘Caiado, Zema, Tarcísio, Ratinho, vambora no batalhão’. O cara [Lula] vai ter que atirar em quatro, cinco candidatos”, afirmou Caiado à Folha. “Querer achar que vai, com um ano de antecedência, lançar candidatura e o governo do Lula, comandado por Dirceu e Sidônio, vai ficar esperando chegar o dia da convenção… Esse candidato vai ser colocado numa máquina de triturar”, disse Caiado.

A tensão entre os dois políticos se intensificou após Ciro declarar, em entrevista ao jornal O Globo, que a direita deveria se unir em torno de um único nome. Caiado respondeu nas redes sociais, chamando o senador de “inexpressivo” e criticando sua tentativa de influenciar a escolha do candidato majoritário.

“É uma situação completamente deselegante e desrespeitosa ele achar que tem credenciais para indicar quem deve ser candidato a presidente. Ele tem o direito de apoiar quem quiser, mas não de impor nomes”, disse o governador.

Apesar da formação da federação União Progressista entre os partidos de ambos, Caiado afirmou que, caso a aliança decida apoiar outro nome, ele deixará o partido. O governador revelou que está em diálogo com outras siglas, como a federação Solidariedade-PRD e o Podemos.

Sobre a possibilidade de Jair Bolsonaro, atualmente inelegível, indicar um sucessor, Caiado foi cauteloso. “Eu vou respeitar a decisão dele, se vai apoiar um filho dele, outra pessoa, é direito dele. Não tem porque pressioná-lo. Ele é dono do tempo dele e, na hora certa, decide se quer apoiar um ou outro”, apontou.

Nos bastidores, aliados de outros governadores de direita também tentaram reduzir a tensão, classificando o episódio como pontual.

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