Valdemar diz que foi pressionado por deputados e por Bolsonaro a questionar urnas eletrônicas

15 julho 2025 às 17h10

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O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que foi contra a ação da sigla que questionou o funcionamento das urnas eletrônicas no segundo turno das eleições gerais de 2022. Os parlamentares do PL pediram a anulação dos votos de mais 250 mil urnas. A liderança disse que os deputados pressionaram ele para que deixasse público aquilo e recorresse ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE): “Foi feito então esse movimento”, apontou.
Valdemar, na condição de testemunha, explicou que a divulgação da ação também ocorreu por pressão dos deputados. As afirmações ocorreram durante o decorrer da ação penal que julga os réus do “Núcleo 4” da trama golpista que resultou nos atentados do 8 de janeiro.
O presidente do PL relatou que levaram uma multa de R$ 23 milhões por causa do questionamento. “Foi um prejuízo enorme para o partido”, lamentou. Na ocasião, durante as eleições de 2022, o partido pediu ao TSE que anulasse os votos das urnas. O órgão negou e ainda aplicou uma multa de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé — que é quando a Justiça é acionada de forma irresponsável.
Essa afirmação foi a mesma que a do ano passado, quando em depoimento à Polícia Federal (PF), a liderança disse que foi pressionado por deputados e pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), a questionar a segurança eleitoral do País. Valdemar afirmou que não concorda com a fala de Bolsonaro, tendo em vista que já participou de várias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro. Inclusive, orientou a bancada do partido a votar contra a implementação do voto impresso.