No primeiro ano do governo de Lula da Silva (PT), a Controladoria-Geral da União (CGU) contabiliza até a última quarta-feira, 13, cerca de 1.412 denúncias e reclamações de corrupção no governo. Isso equivale a quatro reclamações por dia em 2023. Se comparado ao ano passado, houve um aumento de 31,7%, com 1.918 suspeitas de corrupção.

O Ministério da Saúde lidera os órgãos com mais números de denúncias e já conta com 140 manifestações. Em 2022 também foi a pasta com mais acusações dessa natureza.

A Advocacia-Geral da União (AGU) aparece em segundo lugar, seguida pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que é ligado ao Ministério da Fazenda. As queixas são feitas no sistema da CGU, mas as denúncias acabam sendo investigadas pelos próprios órgãos.

De 2019 até 2023, naquele ano, o órgão com mais manifestações foi a própria CGU, responsável por receber as denúncias. Em segundo lugar ficou o Ministério da Justiça, seguido pelo Banco Central. O Ministério da Saúde apareceu na quarta posição.

Em 2021, houve abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para apurar ações e omissões do governo na pandemia. À época, os senadores investigaram também casos de suspeita de corrupção no governo.

Pacto contra a corrupção

 A CGU e a Polícia Federal anunciaram, na semana passada, a criação de um grupo para combater corrupção e desvio de recursos no governo federal. O ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, e o diretor-geral da PF, Andrei Passos, assinaram a criação do Grupo Integrado CGU-PF de Enfrentamento aos Crimes de Corrupção e Desvio de Recursos Públicos, do Executivo federal.

O objetivo da parceria, segundo ele, é estreitar as relações entre os dois órgãos para construir estratégias conjuntas mais efetivas contra desvios. “Inclusive dando escala a determinadas investigações e operações que podem desencadear ações que investiguem outros crimes como lavagem de dinheiro e outros tipos de ilícitos”, frisou.

Na ocasião, o ministro pontuou que, com ações coordenadas, foi possível aumentar a capacidade de detecção de corrupção. “Quanto maior for nossa capacidade de descobrir ilícitos, menores serão os incentivos para que agentes públicos ou privados atuem de forma ilegal”, de acordo com Vinícius.

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