Para o porta-voz estadual do Partido Rede Sustentabilidade, Alexandre França, a direção municipal da sigla tramou para retirá-lo da direção estadual e, consequentemente, inviabilizar sua pré-candidatura a prefeito por Goiânia. Entretanto, conforme informado por Alexandre, a reunião que resultou em seu afastamento foi anulada pela executiva nacional do partido na tarde da última sexta-feira, 8, e ele permanece como representante estadual da Rede em Goiás.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção na manhã deste sábado, 9, diretamente de Brasília, Alexandre França afirma existir um grupo dentro do partido que sempre buscou controlar a parte financeira, liderado pela líder municipal da sigla, Lilia Monteiro, e seu esposo, tesoureiro do partido na capital.

Segundo Alexandre, o único objetivo do grupo em questão é monopolizar para continuar agindo de forma incorreta dentro do partido. “Eu sempre fui contra tudo isso. Como fundador do partido em Goiás, não era isso que eu planejava. Nosso projeto era um partido que faria política da forma correta. Esse pessoal quer apenas usar o partido”, diz.

O afastamento de Alexandre ocorreu devido a uma condenação criminal em 2016, na cidade de Ceres. França esclarece que, na ocasião, fez uma denúncia de um candidato da REDE que estava comprando votos, oferecendo galões de combustível em troca de colocar seu adesivo nos carros. “Com vídeos e fotos desse candidato a vereador comprando votos, fizemos a denúncia. No entanto, o candidato a prefeito na época pediu para eu retirar a acusação para não prejudicar a chapa. Eu atendi ao pedido e retirei”, relata.

O porta-voz afirma que outro promotor reabriu o processo em 2019, condenando-o por difamação e calúnia. “Fiz uma denúncia de um candidato fazendo compra de votos e, no final, eu que fui condenado”, diz. No entanto, Alexandre garante que a anulação dessa condenação deve ocorrer em breve.

Lilia Monteiro

Lilia Monteiro, porta-voz municipal da REDE, afirmou em entrevista Exlcusiva ao Jornal Opção que o que fizeram foi cumprir uma determinação eleitoral. “A determinação diz que Alexandre não poderia estar nem como porta-voz nem permanecer filiado. Então, apenas cumprimos a decisão já tomada”, assegura.

Ela destaca que a REDE preza por seguir as determinações exigidas por lei e, dentro do estatuto interno, define que, em caso de suspensão dos direitos políticos, o partido deve desfiliar aquela pessoa, seja quem for.

Quanto às acusações de Alexandre, Lilia pontua que são infundadas. “É uma pena que uma pessoa de dentro da REDE faça acusações dessa natureza contra os colegas. Nós sempre operamos praticamente no zero; a maioria aqui é voluntária, e consideramos os princípios da REDE, baseados na ética”, reitera.

Lilia Monteiro ressalta ainda que não recebeu nenhuma nota da executiva nacional em favor de Alexandre, mas se a receber, estarão dispostos a dialogar sobre o assunto. O partido enviou uma nota explicando o motivo do afastamento de Alexandre; veja na íntegra.

Nota de esclarecimento

A REDE Sustentabilidade em Goiás afastou o porta-voz estadual do partido, Alexandre França, por unanimidade. Essa decisão foi tomada enquanto perdurarem os assentamentos do cadastro eleitoral de Alexandre, devido à suspensão de seus direitos políticos por condenação criminal. O cargo de segundo porta-voz, equivalente a vice-presidente do partido na Justiça Eleitoral, foi declarado vago.

A REDE em Goiás também deliberou pela desfiliação partidária de Alexandre França, conforme as regras estatutárias e da Lei dos Partidos Políticos. Apesar de serem instâncias independentes, Alexandre França pretende recorrer da decisão estadual junto à direção nacional do partido em Brasília. O Elo Estadual da Rede Sustentabilidade lamentou o afastamento, mas ressaltou a necessidade de cumprir a ordem judicial.

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