Nesta sexta-feira, 25, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) se tornou alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos. A ação incluiu buscas e apreensões em diversos municípios goianos e no Distrito Federal, resultando na apreensão de R$ 72 mil em espécie na residência de um dos assessores de Gayer.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após pedido da PF com o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com informações preliminares, a PF cumpriu 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília, Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia e Goiânia. Entre os itens confiscados estão celulares, cartões de memória e HDs externos.

Além disso, o próprio Gayer teve seu celular apreendido na quinta-feira, 24, um dia antes da operação, que faz parte das investigações sobre o suposto uso indevido de emendas parlamentares e o envolvimento de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) criada pelo grupo.

Suspeitas de crimes e documentos falsificados

A investigação aponta que uma associação criminosa teria sido formada para redirecionar recursos públicos para uma OSCIP, entidade privada de interesse público, por meio de documentos fraudulentos. A PF informou que a organização foi constituída com o uso de informações falsas e que seu quadro social contaria, de maneira fictícia, com crianças de um a nove anos.

A operação recebeu o nome de “Discalculia”, em referência ao transtorno de aprendizagem relacionado a números, dado que a criação da entidade incluiu a inserção de uma data retroativa no ano de 2003, com o intuito de conferir legalidade ao processo.

A polícia também investiga o uso das verbas da OSCIP para atender demandas de grupos específicos, incluindo pastores. Mensagens obtidas pela PF indicam que um empresário próximo a Gayer, descrito como seu “amigo próximo”, seria responsável por direcionar esses recursos em troca de apoio político. O empresário em questão foi inicialmente investigado pelos atos de 8 de janeiro, quando ocorreu a invasão de prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Ele já havia sido alvo de busca e apreensão, além de ter seu sigilo telemático quebrado e ser preso preventivamente por incitação e financiamento dos atos antidemocráticos.

A operação “Discalculia” está investigando possíveis crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato. Embora a PF ainda não tenha confirmado se o grupo conseguiu acessar recursos públicos de fato, as evidências levantadas até o momento indicam a existência de um plano para desviar dinheiro de emendas parlamentares, destinadas a atender as demandas de aliados e simpatizantes.

Ele disse não ter conhecimento sobre o motivo exato da operação, insinuando que o caso teria motivações eleitorais.

Manifestações de Gayer 

Após o início das buscas, Gustavo Gayer publicou um vídeo em suas redes sociais, onde relatou ter sido surpreendido pelos agentes da PF em sua residência logo no início da manhã. Ele disse não ter conhecimento sobre o motivo exato da operação, insinuando que o caso teria motivações eleitorais. Gayer sugeriu ainda que a operação teria o objetivo de prejudicar sua imagem perante o eleitorado.

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