Operação contra Bolsonaro ganha força nas redes sociais; 59% defendem, 41% criticam, diz pesquisa
19 julho 2025 às 09h44

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Uma pesquisa divulgada pela Quaest, neste sábado (19), revela que a operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, deflagrada nesta sexta-feira (18), recebeu o apoio de 59% das menções monitoradas nas redes sociais pelo instituto. Enquanto outros 41% defenderam Bolsonaro e criticaram a ação policial.
O levantamento monitorou 1,3 milhões de menções feitas, entre 0h e 17h de sexta, e identificou 418 mil autores únicos que falavam sobre a operação. Em média, a pesquisa identificou 72 mil comentários com o alcance médio de 113 milhões de visualizações por hora. Nos grupos de direita, 32% das menções contêm críticas ao STF, e 11% citam questões como censura e ditadura.
A Quaest apontou que esse tipo de monitoramento demonstra a mobilização nas redes sociais. Para o instituto, há uma forte mobilização com respostas altamente polarizadas. Ainda, considerou que o cenário revela um ambiente digital altamente reativo, em que as decisões do judiciário se transformam, rapidamente, em combustível para a mobilização das bases e as disputas.
A Quaest também disse que a operação fez o nome do ex-presidente ser cinco vezes mais buscado no Google — se comparado com a média de buscas no mês de junho. Também, a procura pelo termo “tornozeleira” subiu consideravelmente. Em menor proporção, e do nome de Alexandre de Moraes também foi buscado.
O que aconteceu?
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se tornou alvo da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18). Os agentes cumpriram o mandato na sede do Partido Liberal (PL) e na residência de Bolsonaro. A ação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs medidas cautelares ao Bolsonaro.
De acordo com a corte, o ex-presidente deverá cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 6h de segunda a sexta-feira e em tempo integral nos fins de semana e feriados; ser monitorado com tornozeleira eletrônica; não poderá manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e nem se aproximar de sedes de embaixadas e consulados. As medidas foram pedidas pela Polícia Federal (PF), com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Federal apontou que há indicios Bolsonaro e o filho, Eduardo Bolsonaro, “vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”, em razão de suposta perseguição no âmbito da ação penal que investiga a tentativa de golpe
De acordo com a PF, ambos atuaram “dolosa e conscientemente de forma ilícita” e “com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte.”
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