O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou para ocupar a diretoria de Estratégias e Finanças na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) o ex-deputado federal Gilliano Fred Nascimento Cutrim, conhecido como Gil Cutrim (Republicanos-MA).

O novo diretor foi deputado federal pelo PDT de 2018 a 2022, mas foi expulso do partido por infidelidade partidária, justamente pelo apoio dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A legenda alegou que Cutrim desobedeceu reiteradamente às decisões partidárias, ao votar de acordo com as orientações em apenas 39% de suas votações, enquanto apoiava Bolsonaro em 58% das vezes.

Cutrim migrou para os Republicanos e não conseguiu se reeleger, mas deixou claro seu apoio a Bolsonaro na disputa contra Lula.

A estatal, agora com Cutrim como um de seus quatro diretores, está vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Suas responsabilidades incluem a realização de obras de saneamento básico, projetos de transparência, pavimentação, entre outros, e figura em várias investigações de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

A inclusão dessa vaga para acomodar o Centrão é considerada algo inédito na estatal e foi solicitada pelo Palácio do Planalto na medida provisória, que prevê reajuste salarial para os servidores federais. E, segundo o Jornal Estado de S.Paulo, a cadeira na diretoria foi uma parte das negociações de Lula para atender às demandas do Centrão.

Gil Cutrim

Antes de sua passagem pelo PDT, Gil Cutrim foi vice-prefeito de São José de Ribamar, a terceira cidade mais populosa do Maranhão, pelo PSL (atual União Brasil), e prefeito pelo MDB até 2016.

Sua gestão como prefeito levou a Procuradoria Eleitoral do Maranhão a condená-lo pela concessão de benefícios fiscais em ano eleitoral. Ele foi multado de R$ 21.282,00.

Durante seu período na Câmara dos Deputados, Cutrim foi apontado pela imprensa entre os parlamentares que indicaram recursos do orçamento secreto para fora de seus Estados no governo Bolsonaro. Ele e o então deputado maranhense Juscelino Filho (ministro das Comunicações), do União Brasil, teriam direcionado R$ 2 milhões cada um via Codevasf para a Bahia.

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