O cenário político goiano para as eleições de 2026 começa a ser desenhado com protagonismo feminino. Seis representantes femininas já exercem papéis relevantes na política do estado, entre elas vereadoras, deputadas e uma secretária estadual, articulam seus próximos passos com o objetivo de ampliar a representação feminina e levar pautas sociais, ambientais e de justiça de gênero ao centro do debate legislativo.

Em entrevistas ao Jornal Opção, Adriana Accorsi, Aava Santiago, Fátima Gavioli, Camila Rosa, Bárbara Bombom e Vivian Naves compartilharam suas perspectivas e pré-candidaturas. A reportagem inicia com a trajetória e os planos da deputada federal e delegada Adriana Accorsi (PT),  presidenta do diretório estadual do partido.

Ao Jornal Opção, ela destacou o duplo desafio que assume nos próximos meses: além de sua provável candidatura à reeleição como deputada federal, ela tem a missão de liderar a organização do PT em Goiás. “Tenho a missão de organizar o partido, fortalecendo ele em todo o estado”, afirmou.

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Deputada Federal, Adriana Accorsi | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

Segundo ela, o trabalho vai além do período eleitoral, já que a atuação da legenda envolve a mobilização constante da sociedade em torno de pautas nacionais e locais. “A gente está atuando muito no sentido de divulgar o trabalho do nosso presidente Lula, do nosso governo federal […] Temos grandes ações em movimento como a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, taxação dos bilionários e outras”.

A meta, segundo ela, é ambiciosa, mas factível: “Nosso objetivo é aumentar a bancada da mesma forma que a gente aumentou da última vez. Tanto eu pretendo ser candidata à reeleição como deputada federal, mas também atuar no sentido da gente eleger mais um deputado federal pelo menos e mais dois deputados estaduais”.

Apesar do desejo de continuar no Congresso, Adriana revelou que seu nome também é lembrado em pesquisas e nas redes sociais como uma possível pré-candidata ao governo estadual. Ainda assim, ela evita antecipar decisões: “Minha intenção é ser candidata à reeleição, mas só no ano que vem mesmo é que a gente vai definir”. 

Entre os pilares da sua atuação política, Adriana destaca a defesa da democracia, os direitos das mulheres e o combate à violência de gênero. A deputada também levanta bandeiras ligadas aos servidores públicos, aos direitos trabalhistas, como o fim da escala 6×1, e à justiça social. 

A trajetória política de Adriana não nasceu nos palanques, mas nas comunidades. “Eu comecei muito jovem na Pastoral da Juventude, no bairro que eu cresci, o Jardim Novo Mundo. E depois eu passei a participar do movimento estudantil”, contou. A militância estudantil a levou à direção partidária no PT, à atuação profissional como delegada de polícia e, posteriormente, à entrada efetiva na política institucional. Em 2012, ela assumiu a Secretaria de Defesa Social de Goiânia e, em 2014, foi eleita a primeira deputada estadual do PT em Goiás, marco que consolidou sua ascensão política.

A força da sua atuação sempre esteve alinhada à defesa dos direitos humanos, especialmente das mulheres em situação de vulnerabilidade. “Tenho muitos projetos na área de combate à violência contra mulheres e meninas, mas também da saúde da mulher, dos direitos das mulheres encarceradas, das mulheres que moram nas periferias, das mulheres que moram no campo”, ressaltou. Para ela, estar na política é um imperativo para transformar a realidade dessas brasileiras: “Tudo que envolve a nossa vida é resolvido na política. Então, a gente tem que estar presente para a gente defender os nossos direitos”.

No comando do PT estadual, Adriana tem ampliado os mecanismos de incentivo à participação feminina nas estruturas partidárias. “Todas as instâncias têm que ser paritárias. Então, o diretório tem que ter pelo menos 50% de mulheres […] A gente faz um debate, metade tem que ser mulher para falar”, explicou. A paridade também tem se refletido em resultados concretos: “Hoje nós temos a maior bancada feminina da Câmara Federal, é a do PT, é a nossa, é a maior da história também, e a gente pretende aumentar essa bancada nas próximas eleições”.

A deputada ressaltou ainda a importância de combater com firmeza a violência política de gênero, prática que, segundo ela, ainda é recorrente mesmo dentro das instituições. “Essa semana nós tivemos um episódio de muita violência contra a deputada Célia Xakriabá […] Aqui em Goiás, a deputada Bia de Lima frequentemente é vítima de violência política de gênero na Assembleia Legislativa pelo deputado Amaury”, denunciou. Ela cobrou mais rigor na aplicação da legislação já existente e criticou a impunidade em casos recentes no estado: “Isso precisa ser combatido, porque a mulher tem o direito de participar […] A justiça tem que dar o exemplo e punir com rigor esse tipo de situação”.

Ao falar sobre as perspectivas para o futuro, Adriana se mostrou confiante na continuidade do governo Lula e em sua capacidade de ampliar as políticas públicas sociais. “Estamos animados para a reeleição do presidente Lula. Essa semana foram divulgadas pesquisas em que ele vence em todos os cenários”, destacou. Entre os programas que ela defende e deseja ver fortalecidos estão o Minha Casa Minha Vida, o Pé de Meia e as políticas de acesso à universidade.

Vereadora Aava Santiago | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

Neste recorte, outro destaque é Aava Santiago, vereadora pelo PSDB em Goiânia, que confirma sua intenção de disputar uma vaga na Câmara Federal. Ao Jornal Opção, Aava revelou que, apesar de especulações sobre mudanças partidárias, mantém sua trajetória com firmeza e independência.

Aava reflete sobre os desafios atuais do cenário político e critica a superficialidade do debate entre as lideranças. Ela aponta a escassez de diálogo e a tendência de reduzir articulações políticas a movimentações partidárias imediatas como entraves para uma construção democrática sólida.

“A gente vive uma quadra da política tão estéreo de diálogo que quando quadros de partidos diferentes se comunicam com clareza, com frequência, com parceria, dá a entender que isso vai gerar uma filiação […] Isso, na minha avaliação, empobrece inclusive a possibilidade de fazer política, uma política mais profunda, uma política mais complexa, e que dê conta dos desafios do nosso tempo”.

A vereadora também ressalta o compromisso com Goiânia, cidade onde foi a mulher mais votada da história. Segundo ela, é preciso garantir que sua atuação continue beneficiando os goianienses mesmo em um eventual novo cargo.

“Eu preciso manter mais do que o eleitor, o cidadão goianiense, ciente de que o meu trabalho pela cidade, que é a cidade que me elegeu, não vai se encerrar caso eu mude de lugar de atuação. Caso Deus me abençoe e eu seja eleita a deputada federal, eu possa sair da Câmara de Vereadores com segurança e com a tranquilidade de que eu não deixei de cumprir as metas e os compromissos que eu estabeleci com o eleitorado goianiense”.

Entre os principais temas que pretende defender no Congresso, a parlamentar aponta o Cerrado brasileiro como prioridade. Ela denuncia o descaso com o bioma e a falta de protagonismo político na sua proteção. “Eu sinto muita falta dessa defesa do Cerrado enquanto matéria central da política nacional e internacional […] E hoje é um dia muito triste para todos nós, que a gente acabou de aprovar, o Congresso Nacional acabou de aprovar a PL da Devastação […] Isso é desesperador”.

Aava também se destaca como defensora das mães trabalhadoras e recorda projetos apresentados durante seu mandato na Câmara Municipal, como o “Empregue Uma Mãe”, que previa incentivos fiscais a empresas que contratassem mulheres após a licença-maternidade.

“50% das mulheres brasileiras são demitidas após a licença maternidade. A gente demora até 4 anos para voltar para o mercado de trabalho. Isso empurra mulheres e crianças para a vulnerabilidade social, para o empobrecimento, para a feminização da pobreza”.

Mesmo aprovado por unanimidade, o projeto foi vetado pelo então prefeito Rogério Cruz no Dia Internacional da Mulher, o que Aava considerou uma frustração política e pessoal. Ainda assim, ela colhe vitórias: um de seus projetos de maior repercussão foi a lei que garante leitos separados para mães após morte fetal, aprovada e incorporada ao orçamento federal com apoio do Ministério da Saúde.

“Em 48 horas, a lei tinha viralizado de tal forma que o meu mandato tinha recebido mais de 500 mensagens de vereadoras e vereadores de todo o país querendo replicar a lei em seus municípios […] Eu consegui criar uma política pública nacional. Imagina então o que a gente não daria conta de fazer com o mandato na Câmara dos Deputados, né?”

Em suas andanças por Goiás, ela se dedica a encorajar mais mulheres a disputarem cargos eletivos. “Eu tenho trabalhado muito isso não só em Goiânia, como em todo o estado de Goiás. Pra gente chegar com candidaturas de mulheres que são potencialmente fenômenos, mas estruturalmente vão sendo aniquiladas.” Aava usa sua própria trajetória como exemplo: sem cargos em governos ou grandes estruturas, conseguiu quadruplicar sua votação. “Fazendo uma campanha muito barata, em vista do que foi com os meus colegas. Tive colegas com mais de mil comissionados pedindo voto para ele, e tiveram menos votos que eu na urna.”

Convicta de sua atuação e de seu propósito, ela conclui reafirmando os pilares que moldam sua política: a origem periférica, a maternidade e a revolta contra as injustiças. “Eu sou uma mulher periférica da escola pública, de um dos territórios mais violentos do estado do Rio de Janeiro Mudei para Goiás porque a negligência e as privações do estado me fizeram entender muito criança, ainda que não com a clareza que eu tenho hoje, de que esse país é programado para massacrar pessoas como eu, que vem de onde eu venho, e que é programado também para naturalizar esse massacre. Então, nosso massacre não é o erro, nosso massacre é o sucesso desse projeto.”

Para Aava, o ciclo de poder dominado por famílias herdeiras precisa ser enfrentado com coragem e organização. “É muito chocante que o governador seja o sexto Caiado a governar Goiás. Que o vice-governador é herdeiro… enquanto eu sou a primeira pessoa da minha família a entrar numa universidade pública.”

Aava Santiago também reafirma seu alinhamento com o projeto político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com os princípios democráticos que o sustentam. “O presidente Lula é naturalmente candidato à reeleição, tem condições muito reais de ser eleito e eu certamente estarei com ele nessa empreitada”, afirmou.

A vereadora também faz questão de destacar que, embora mantenha proximidade com o presidente, não pretende mudar de partido. Filiada ao PSDB, ela esclarece que as conversas com Lula são centradas em estratégias políticas e não envolvem convites para migrar ao PT. “Sempre que o presidente Lula vem a Goiás, ele me chama, a gente conversa um tempinho em particular, mas sempre é mais sobre uma análise de conjuntura, sobre análise de estrutura de caminhada para 2026. O presidente é muito respeitoso quanto a isso. Ele nunca fez nenhum tipo de movimento para me levar para o PT, por exemplo. É claro que o fato dessa proximidade ter se intensificado, coloca isso em pauta, é natural, mas por parte do presidente nunca houve esse movimento e de minha parte também não.”

Vereadora Camila Rosa | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

Já Camila Rosa, única vereadora mulher de Aparecida de Goiânia e filiada ao União Brasil, afirma com convicção que não mudará de partido. Ela avalia a possibilidade de disputar uma vaga para deputada estadual ou federal, mas pondera que sua decisão ainda depende de conversas com a legenda.

“A questão de sair candidata no próximo ano para concorrer a deputada estadual ou federal é ao que ainda estou estudando, até porque o meu trabalho não para nunca”. Segundo a vereadora, a continuidade de sua atuação já se tornou tão presente que os eleitores, mesmo fora do período eleitoral, constantemente a questionam sobre candidaturas.

Camila destaca que seu vínculo com Aparecida de Goiânia, cidade que representa com orgulho, é fator central em qualquer decisão. Ela conta que a forte presença nas ruas, nas feiras e nos hospitais reforça seu compromisso com a população e serve como termômetro de aprovação popular. “As pessoas me reconhecem e afirmam que eu tenho que continuar, porque o meu trabalho realmente é visto e ele chega até as pessoas.”

Entre as bandeiras que defende com mais afinco está a luta pelos direitos dos feirantes. Camila ressalta a importância de garantir melhores condições de trabalho e qualidade de vida para esses profissionais, especialmente no que diz respeito à dignidade sanitária das mulheres que atuam nas feiras. “Desde criança trabalho nas feiras e sei, por exemplo, os problemas de saúde que eu trago hoje no corpo por não ter banheiros na época para a gente utilizar”. Sua atuação nesse campo ultrapassa os limites de Aparecida de Goiânia. “Tenho feirantes que reconhecem o meu trabalho em Goiânia, Aragoiânia, Hidrolândia, e até em outros estados.”

Outro tema abordado por Camila é o enfrentamento à violência contra a mulher. A vereadora compartilha que sua luta ganhou força após um episódio de violência sofrido em 2022, reforçando ainda mais sua determinação em lutar por políticas públicas eficazes. “Isso tem me colocado em muitas situações para que eu continue militando”, destaca. Além disso, sua vivência como integrante de uma família de agricultores impulsiona seu engajamento na pauta da agricultura familiar, que considera fundamental para o desenvolvimento regional.

Secretária estadual de educação Fátima Gavioli | Foto: Guilherme Alves/ jornal Opção

Enquanto Camila Rosa fortalece sua base na região metropolitana, Fátima Gavioli, secretária estadual de Educação, apresenta um perfil técnico e uma trajetória de superação que a tornaram uma das figuras mais respeitadas da gestão de Ronaldo Caiado. Apesar de seu nome circular como possível pré-candidata em 2026, ela adota um tom cauteloso. “Eu acho muito cedo para discutir, por exemplo, a campanha política de 2026. Para mim, é muito cedo ainda.”

Gavioli destaca que os resultados de sua gestão, como o desempenho de Goiás no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), são decisivos para qualquer possibilidade de candidatura. “O que me credencia a disputar uma eleição no estado de Goiás? Resultados”. A secretária reconhece, porém, que sua eventual entrada na disputa dependerá também da articulação com o governador Ronaldo Caiado.

Natural do Paraná e filha de agricultores, Fátima construiu sua trajetória com base na educação. “Minha trajetória é uma trajetória de pobreza, de luta, de esforço, de separação, de criar filhos sozinha”. Desde o início, teve que conciliar trabalho como empregada doméstica com os estudos, até se formar professora e conquistar espaço na gestão pública. “Eu fui uma mulher que teve que aprender muito cedo a vender o almoço para comprar a janta para tratar dos filhos”.

Sua experiência como gestora em Rondônia e, posteriormente, como secretária de Educação em Goiás, mostra um padrão de dedicação e resultados. “Eu sempre fui assim, do gabinete para a sala de aula. Do gabinete para a sala de aula.” O convite para assumir a pasta em Goiás veio após processo seletivo e foi um divisor de águas. No início, enfrentou resistência por ser mulher e por vir de fora do estado. “Depois de mim, nunca mais as pessoas vão ser preconceituosas com uma mulher que veio do Norte, porque eles vão pensar assim: talvez ela esteja bem intencionada.”

Fátima reconhece que a gestão estadual atual deu espaço e autonomia às mulheres em cargos de alta responsabilidade. “Nós administramos pastas muito grandes, melindrosas. Nós fomos respeitadas, ouvidas, ele [governador] nos deu autonomia”. Ela acredita que, historicamente, as mulheres se mostram mais cautelosas na administração pública, especialmente no trato com o dinheiro público. “Nós somos até mais medrosas do ponto de vista de ser alguém que se dispõe a fazer coisa errada.”

Apesar das especulações sobre uma possível candidatura a vice-governadora, Fátima afirma que não há conversas oficiais nesse sentido. No entanto, ela reconhece a importância da representação feminina em cargos executivos. “Quem de nós não quer lutar por esses espaços? As mulheres têm comprovado que elas têm total condição de exercer cargos na alta gestão.”

Barbara Bombom | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

Entre as lideranças emergentes, a mulher transexual Bárbara Bombom articula sua possível candidatura para deputada estadual, mas sem descartar o cenário de disputar o governo de Goiás. Com forte ligação com os movimentos sociais e uma atuação de base, ela avalia os caminhos para ampliar a representatividade de corpos historicamente marginalizados. “É muita construção, tô numa correria muito grande. Eu tenho que aproveitar esse momento que a gente é chamado, ocupar os espaços por ser um corpo trans, um corpo LGBTQIA+”, afirma.

Ainda em fase de avaliação interna dentro do seu partido, o PSOL, Bárbara revela que já foi citada em discussões sobre a disputa para o governo estadual, juntamente com nomes como Cíntia Dias e Weslei Garcia. Ela reconhece o simbolismo de sua eventual candidatura e o impacto disso para Goiás: “Eu acredito na importância desta candidatura neste momento para o Estado, para a esquerda e para a gente derrubar o coronelismo aqui no Estado. Tendo uma candidata trans, preta, quilombola, periférica, faxineira acho que é um tapa na cara e dizer que nós não vamos deitar e nós estamos nos organizando.”

Apesar da empolgação com a construção política, a Bárbara pondera sobre os ataques e os desafios emocionais da exposição pública. “Eu ainda não sei se estou preparada para os ataques da extrema-direita. Eu até agora não sofri nenhum ataque direcionado a mim, direcionado à minha classe, direcionado à minha comunidade. Então, ainda não sei se estou preparada para isso. Mas estou preparada para a luta.”

Além da possível candidatura ao governo, Bárbara também vislumbra o caminho como deputada estadual e detalha suas bandeiras prioritárias. Para ela, educação é a espinha dorsal da transformação social. “Quero que a todas as comunidades que eu represento, garantam a sua cadeira, possam terminar os seus estudos, o cursinho, a faculdade e possam garantir o mercado de trabalho.”

Bárbara, que cresceu amparada por movimentos sociais, diz que sua vivência fortaleceu seu propósito de seguir na luta institucional. “Hoje eu estou viva, sobrevivi aos movimentos sociais (…). E hoje, vindo para esse lado da política, da luta, vejo o quanto é importante que as pessoas venham a representar esses movimentos sociais.”

No entanto, o caminho não tem sido fácil. A Bárbara Bombom relata os efeitos psicológicos dos ataques e da intolerância religiosa, além da solidão em espaços de poder onde é, muitas vezes, a única mulher trans presente. Ainda assim, Bárbara se mantém otimista quanto ao avanço das pautas trans e negras em 2026, apostando na ampliação do diálogo com a população: “Acho que a comunidade vai sentar mais para falar sobre os nossos temas, para falar sobre a importância dos nossos corpos, para falar sobre a importância de ter essa diversidade na casa do povo que decide as nossas vidas.”

Vivian Naves | Foto: Jornal Opção

Quem também já articula sua reeleição é a deputada estadual Vivian Naves, do Partido Progressistas (PP). Com uma atuação voltada para políticas públicas na assistência social e no fortalecimento da cultura, ela considera natural a possibilidade de continuar seu trabalho no legislativo goiano. “É natural que, dentro do processo democrático, a reeleição seja um caminho para quem está no exercício de um mandato e deseja dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado.”

Vivian destaca conquistas no município de Anápolis, como os projetos sociais Natal de Coração e Arraiana, que, além de movimentar a economia local, geraram acolhimento e esperança para milhares de famílias. “Cada projeto que idealizamos e colocamos em prática em Anápolis teve como prioridade cuidar de quem mais precisa.”

Na Assembleia, ela também lidera a Frente Parlamentar da Adoção e atua nas pautas ambientais. “Essas pautas, para mim, representam responsabilidade com o presente e compromisso com as próximas gerações.” Sobre alianças para 2026, Vivian avalia que o PP pode ter papel estratégico no Estado. “Há, sim, espaço para coligações regionais estratégicas, mas também para o fortalecimento de lideranças que dialogam com diferentes setores da sociedade e que fogem dos extremos da polarização.”

Apesar de trajetórias distintas, todas as mulheres ouvidas pelo reportagem do Jornal Opção compartilham uma convicção: a construção de uma política mais inclusiva e igualitária passa necessariamente pela ampliação da participação feminina nos espaços de poder. Unidas por causas comuns, como o combate à violência de gênero, a luta contra o racismo estrutural, a defesa da educação pública e a garantia de direitos à população LGBTQIA+, elas se lançam à disputa de 2026 com propostas e forte articulação coletiva.

“Nós precisamos buscar combater a violência política de gênero no nosso país […] Muitas mulheres se sentem intimidadas, elas têmem sofrer essas violências e, por isso, às vezes, deixam de participar”, alertou Adriana Accorsi. Assim, a mensagem que elas deixam ecoa para além da disputa eleitoral, trata-se de ocupar, resistir e transformar as estruturas de poder.

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