O governo Lula está elaborando uma estratégia abrangente para ganhar o apoio dos eleitores evangélicos em 2024, de acordo com informações da CNN Brasil. Conforme revelado por uma pesquisa do Datafolha, há uma considerável resistência desses eleitores em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os evangélicos constituem 28% do eleitorado brasileiro, tornando-se um segmento vital para as eleições municipais do próximo ano.

Uma das principais iniciativas do governo é um programa do Ministério do Desenvolvimento Social que visa permitir a atuação das igrejas evangélicas em comunidades, facilitando a implementação de programas sociais como o Bolsa Família, benefícios previdenciários e o “Minha Casa, Minha Vida”. O protocolo de intenções já foi assinado, e uma reunião técnica com líderes evangélicos está marcada para 14 de janeiro.

A estratégia se baseará em levantamentos realizados pelo Ministério sobre a atuação social de grupos vinculados às igrejas. Líderes do PT associados aos evangélicos acreditam que essa iniciativa proporcionará uma narrativa positiva aos candidatos do partido.

Outro aspecto a ser explorado será a defesa do Palácio do Planalto na inclusão, na Reforma Tributária, da extensão de impostos das igrejas para “associações beneficentes e assistenciais”. O pastor Paulo Marcelo Schallenberger, conselheiro de Lula, afirmou em entrevista à CNN que essa abordagem é crucial para dialogar com a base bolsonarista, que não se conecta facilmente com o discurso progressista.

Schallenberger também está envolvido em um projeto para legalizar igrejas autônomas que atuam em comunidades, permitindo que recebam recursos privados para ações sociais. Essa estratégia foi concebida para superar possíveis resistências de grandes agremiações religiosas consideradas antipetistas.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), uma figura destacada entre os evangélicos, destaca a importância de dialogar com esse setor para expandir o acesso a programas sociais essenciais. Ela enfatiza a necessidade de parcerias para ampliar o alcance de iniciativas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e o Desenrola.

No entanto, durante a recente Conferência Eleitoral do PT, o presidente Lula reconheceu o desafio de dialogar com os evangélicos. Em seu discurso, Lula questionou se o partido está transmitindo o que o povo quer ouvir e ressaltou a importância de aprender com a população, especialmente os evangélicos. Ele reforçou a necessidade de retomar o “trabalho de base”.