O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, de forma unânime, uma modificação na Resolução TSE nº 23.673/2021, que atualiza a lista de entidades autorizadas a fiscalizar o processo eleitoral brasileiro. Com as alterações, o Supremo Tribunal Federal (STF) e as Forças Armadas foram excluídos da lista de instituições com permissão para acompanhar as etapas de auditoria das urnas eletrônicas e dos sistemas eleitorais.

Além dessa importante mudança, os ministros também incluíram na norma o chamado “Teste de Integridade com Biometria”, que estabelece as diretrizes para a condução dos procedimentos de fiscalização do sistema de votação eletrônica. Estas alterações entrarão em vigor a partir das eleições municipais de 2024.

A decisão de retirar as Forças Armadas da lista de entidades fiscalizadoras das urnas eletrônicas aconteceu após as eleições de 2022, quando os militares apresentaram um relatório sobre o sistema eleitoral.

Vale ressaltar que, embora o Ministério da Defesa tenha expressado dúvidas quanto à imparcialidade das urnas, não apresentou evidências concretas que pudessem sustentar a possibilidade de fraude nas eleições de 2022.

A divulgação do relatório das Forças Armadas ocorreu sob pressão de apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentaram deslegitimar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.

Curiosamente, durante seu mandato, Bolsonaro realizou reuniões com embaixadores no Palácio da Alvorada, nas quais questionou a integridade do sistema eleitoral brasileiro e tentou minar a confiança nas urnas eletrônicas. Devido a essas ações, Bolsonaro foi considerado inelegível por abuso de poder político e uso inadequado dos meios de comunicação.

Confira a lista das entidades fiscalizadoras:

  • Partidos políticos, federações e coligações;
  • Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
  • Ministério Público (MP);
  • Congresso Nacional;
  • Controladoria-Geral da União (CGU);
  • Polícia Federal (PF);
  • Sociedade Brasileira de Computação (SBC);
  • Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Crea);
  • Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
  • Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP);
  • Tribunal de Contas da União (TCU);
  • Confederação Nacional da Indústria (CNI) e entidades corporativas do Sistema S;
  • Entidades privadas brasileiras, sem fins lucrativos;
  • Departamentos de Tecnologia da Informação de universidades credenciadas no TSE.