Uma segunda clínica clandestina administrada pelos pastores Junior Klaus e Suelen Klaus, em Anápolis, foi fechada nesta quinta-feira, 31. Desta vez, 43 vítimas de maus-tratos e tortura, incluindo deficientes intelectuais, foram resgatadas. 

Segundo o delegado Manoel Vanderic, grande parte das vítimas estava amarrada em camas de cimento ou trancada na hora do resgate. O local era insalubre, havendo alimentos vencidos e sedativos aplicados sem receita e orientação médica. As vítimas relataram agressões físicas e contaram que só eram soltas para fazer duas refeições por dia. 

“A gente chegou até essa segunda clínica após as famílias de algumas vítimas procurarem a Polícia Civil. Eles disseram que os parentes não estavam entre os resgatados, e isso levantou a possibilidade de um segundo depósito humano. Eles estavam bastante debilitados, sendo que a maioria absoluta é deficinete intelectual”, explicou. 

Pastores presos. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Ao todo, seis pessoas foram presas por manter os dois “campos de concentração”, sendo quatro funcionários e o casal de pastores. Dois seguranças fugiram, mas já foram identificados, conforme o delegado. Juntas, as duas clínicas mantinham 93 pessoas com idades entre 14 e 96 anos. 

A PC, em parceria com a prefeitura, montou uma força tarefa para atender as vítimas que apresentavam ferimentos e infecções por todo o corpo, além de desnutrição e desidratação. Alguns internos, como os idosos, também apresentavam outros sinais claros de maus-tratos, como o mau cheiro. 

“A maior parte [de vítimas] são de outros estados. Os suspeitos vão responder por toruta e cárcere privado qualificado. Vamos levantar outros elementos para tentar responsabilizar os coautores e apurar também eventual participação das famílias nestes olocauto que aconteceu aqui em Anápolis”, concluiu.

O Jornal Opção não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos para que se posicionasse até a última atualização desta matéria.   

Vítimas precisaram receber atendimento após resgate. (Foto: Divulgação/PC)