Pai e filho são suspeitos de manter idoso de 71 anos em condições análogas à escravidão
19 dezembro 2023 às 15h50
COMPARTILHAR
Pai e filho suspeitos de manter idoso de 71 anos em condições análogas à escravidão até maio deste ano, no município de Presidente Kennedy, no litoral sul do Espírito Santo, foram alvos de operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira, 19, que cumpriu quatro mandados de busca a apreensão. A dupla ainda é suspeita de coagir testemunhas que prestaram depoimentos à PF, após o idoso ser resgatado.
Na época, o homem foi encontrado pela Polícia Civil (PC), após uma denúncia feita através do Disk-Denúncia 181, do governo do Espírito Santo. O trabalhador vivia em condições desumanas, sem alimentação e em instalações precárias, além de ter uma lesão na perna. A PC encaminhou o homem à sua família que mora em outro município do estado. As investigações ficaram a cargo da PF.
O órgão informou também que o idoso trabalhou no local por cerca de 15 anos sem nunca ter recebido salário fixo, apenas um valor irrisório para sobreviver era repassado ao homem. Ademais, os suspeitos retinham toda a documentação do trabalhador, que através dela se apropriavam do benefício previdenciário que eram pagos mensalmente à vítima.
Os dois suspeitos poderão responder pelos crimes de redução à condição análoga à escravidão e por coação de testemunha no curso do processo.
As testemunhas coagidas, segundo a PF, eram vizinhas à propriedade onde o idoso trabalhava, inclusive alguns o ajudavam com alimentação. Se condenados, pai e filho poderão pegar pena máxima de 19 anos.
Como denunciar
Para fazer alguma denúncia desse tipo, o Ministério do Trabalho e Emprego disponibiliza o Sistema Ipê Trabalho Escravo. Todas as informações são sigilosas.
Porém, há outras formas de denunciar, como o Disque 100, o Disque Direitos Humanos. Os serviços funcionam 24h, incluindo feriados e finais de semana e poderão ser feitas de qualquer parte do país e de forma gratuita.
Leia também:
Trabalho escravo e trabalho análogo à escravidão são coisas diferentes; entenda
Falta de auditores fiscais dificulta combate ao trabalho escravo