Cinco pessoas foram presas até a manhã desta terça-feira, 27, durante uma megaoperação contra um grupo que sonegou mais de R$ 250 milhões em impostos em Goiás. Entre os presos estão empresários do ramo de materiais elétricos e iluminação, além de laranjas. 

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Ao menos sete empresas foram usadas pelos criminosos para praticar o crime desde 2013, conforme o delegado Alexandre Alvim. O grupo empresarial comercializa as mercadorias quase que exclusivamente com o setor público, por meio de licitações.

Os criminosos, inclusive, já foram alvo de outra operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público no mesmo ano em que começaram a praticar a sonegação. Ou seja, há mais de 10 anos.

A nova ação é a maior já realizada entre a Secretaria da Economia e a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT). Ao todo, mais de 250 policiais cumprem 23 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão temporária em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Goianira e Anápolis.

A corporação e a pasta também efetuaram o bloqueio judicial de bens e valores no montante de R$ 115 milhões. Entre os bens estão imóveis de alto padrão e carros de luxo, de acordo com o delegado. O valor deve ser usado para ressarcir os cofres públicos.

“As investigações surgiram através de levantamentos feitos pelo fisco, que apontaram a sonegação de impostos por meio destas empresas. Eles vão criando diversas empresas, sempre utilizando laranjas. Quando a empresa atinge uma dívida alta, eles a abandonam e criam outra”, explica Alexandre Alvim.

Quatro meses de investigação 

Ao tomar ciência da fraude, a PC com o auxílio do Fisco, começou a investigar o esquema, que levou quatro meses para ser decifrado. Até o momento, a corporação identificou mais de R$ 115 milhões que deixaram de ser arrecadados.

O delegado informou que ainda foi identificado que, além da ocultação dos reais proprietários das empresas, os laranjas também eram usados para esconder o verdadeiro patrimônio dos investigados. 

“Trabalhamos para identificar novas empresas, visto que é constante a criação de diversas outras empresas. A gente identifica que as empresas não quitam o valor das notas de entrada e saída. Por meio disso são lançados os autos de infração”, concluiu Alexandre Alvim.