A madeireira Cedro Líbano, empresa localizada na região Noroeste de Goiânia e que é investigado por, supostamente, ter financiado despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ganhou novamente as manchetes da imprensa nacional, nesta sexta-feira, 28. Agora, a empresa foi alvo do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Um relatório do órgão, divulgado pelo Jornal Estadão, mostra uma suposta movimentação financeira atípica de R$ 32 milhões.

Esse valor foi registrado como entrada e saída na conta bancária da madeireira entre janeiro de 2020 até o final de abril deste ano. Isto é, recebeu R$ 16,6 milhões e desembolsou o mesmo valor de R$ 16,6 milhões.  

No Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, junto à Receita Federal, a Cedro Líbano tem como sócias-proprietárias as empresárias Nayara Raissa Soares de Barros e Zélia do Carmo Soares de Barros, esposa de Vanderlei Cardoso de Barros. Vanderlei é quem de fato administra a empresa.

A Cedro consta em um inquérito em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), por duas transferências bancárias de R$ 8,3 mil. A identificação bancária é que o dinheiro foi repassado para o sargento Luís Marcos Dos Reis, um dos militares da equipe do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os valores teriam sido usados para pagar despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Cid compareceu no último dia 11, para prestar depoimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, por suspeita de participar de ações de golpe de Estado.

Nesta sexta-feira, 28, o dono da empresa conversou com o Jornal Opção. O empresário disse que não saber por que estão sendo investigados.

Acerca dos valores repassados ao Dos Reis, Vanderlei Cardoso alegou ser referente a um consórcio. Para ele, as novas acusações podem estar relacionadas a essa transação. “Deve ser com relação ao dinheiro que era transferido para conta do sargento Dos Reis, que era referente a um consórcio”, se defende. Ele disse que aguarda novas manifestações das autoridades, pois, por enquanto, não foi notificado, para ter conhecimento sobre o assunto.

Contrato com a Codevasf

Por ter firmado contrato com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), entre 2020 e 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Cedro Líbano é suspeita de ter pago propina. De acordo com documentos, a empresa recebeu R$ 299 mil do governo federal, sendo R$ 188 mil pagos pela Codevasf. A Companhia esclareceu que esse valor se refere à aquisição de “quatro plantadeiras e adubadeiras mecanizadas”.

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