Após operação do Ministério Público, Wilson Pollara chega à Casa do Albergado; veja vídeo
27 novembro 2024 às 10h56
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O secretário de saúde de Goiânia, Wilson Pollara, acaba de chegar na Casa do Albergado para ser identificado pela Polícia Penal. O titular da pasta chegou na parte traseira de uma viatura da Polícia Militar. Pollara chegou à unidade da Polícia Penal por volta das 10h20 desta quarta-feira, 27. O advogado de defesa da Secretaria de Saúde chegou pouco depois.
Apesar da prisão de Pollara ter sido decretada junto de outros dois servidores da pasta, o secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro, Bruno Vianna Primo. Entretanto, Pollara chegou sozinho à unidade da Polícia Penal. A prisão dos três servidores aconteceu no âmbito da Operação Comorbidade, do Ministério Público.
Entenda o caso
Pollara foi preso na manhã desta quarta-feira, 27, em uma operação do Ministério Público de Goiás (MPGO) que investiga crimes de pagamento irregular em contrato administrativo e de associação criminosa no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três investigados.
Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na sede da SMS, nas residências dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Um dos alvos estava em posse de mais de R$20 mil em espécie.
A investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Patrimônio Público (GAEPP), aponta para a prática reiterada de crimes por parte dos investigados, como a concessão de vantagens em contratos, ocasionando prejuízo para a administração pública. Foi constatada a existência de pagamentos irregulares, inclusive com preterição da ordem cronológica de exigibilidade.
Crise na Saúde
Conforme apurado, Pollara, Quesede e Bruno deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor, que são responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). A falta de verba fez com que a Fundahc, de acordo com o MP, ficasse com passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.
Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar e a restrição ao acesso a leitos de enfermaria e UTI – o que já provocou a morte de cinco pessoas em menos de uma semana.
Leia também: Secretário de saúde de Goiânia é preso em operação do Ministério Público
Como a equipe de transição de Mabel recebeu a notícia da prisão de Pollara
A falta de inúmeros básicos e a interrupção de serviços essenciais, assim como graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais e indícios de irregularidades em diversas contratações, também são um reflexo das práticas criminosas orquestradas na SMS, de acordo com o MP. A situação resultou em violações massivas de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS).
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde ainda não se manifestou. As defesas de Pollara, Quesede e Bruno não foram localizadas pela reportagem. O espaço segue aberto.