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O candidato derrotado ao Governo de Goiás e ainda deputado federal Major Vitor Hugo (PL) publicou em suas redes sociais que ‘aliados’ do presidente Jair Bolsonaro (PL) já estariam o abandonando para conseguir um eventual espaço no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Prestem atenção no que vou dizer: ‘Já estamos assistindo a algumas deserções do nosso lado, seduzidos pela expectativa de poder em torno da esquerda’. Muitos outros cairão. Essa é a hora de você separar, mais uma vez, o joio do trigo. Justos e fiéis se manterão aqui unidos pelo Brasil!”, escreveu.

Apesar de Vitor Hugo não citar nomes, a imprensa tem noticiado a aproximação de políticos, principalmente do Centrão, que estão conversando com a equipe de Lula, além de deputados e pastores que afirmavam até há pouco serem bolsonaristas convictos.

Como é o caso, por exemplo, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ele afirmou na noite do último domingo, 30, que a decisão dos brasileiros de eleger o candidato Luiz Inácio Lula da Silva como o próximo presidente da República “jamais deverá ser contestada”. “A maioria registrada nas urnas jamais deverá ser contestada e seguiremos em frente na construção de um país soberano, justo e com menos desigualdades”, afirmou.

“Ao presidente eleito, a Câmara dos Deputados lhe dá os parabéns e reafirma o compromisso com o Brasil, sempre com muito debate, diálogo e transparência. É preciso ouvir a voz de todos, mesmo divergentes, e trabalhar para atender as aspirações mais amplas.” Segundo o congressista, o “Brasil deu mais uma demonstração da vitalidade da força de suas instituições”.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), parabenizou neste domingo, 30, o presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o vice eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e afirmou esperar que ambos possam exercer mandatos com “dignidade”, êxito” e “espírito democrático”.

Evangélicos

O triunfo de Lula sobre Jair Bolsonaro gerou, ao menos num primeiro momento, recuo no tom belicoso de vários pastores que fizeram campanha nas igrejas pela reeleição do presidente.

O pastor Silas Malafaia, um dos cabos eleitorais mais vocais de Bolsonaro, estava num culto de sua Assembleia de Deus Vitória em Cristo quando a derrota do seu candidato foi confirmada.

Puxou, pouco depois, uma oração pelo petista que passou o ano todo chamando de bandido. Não que Malafaia tenha aplaudido a vitória lulista, mas a beligerância refluiu.

“Como eu disse aqui na igreja, a vontade do povo se estabelece, e o povo que vota, que faz escolha, é responsável por suas consequências”, disse e emenda uma risada. “Só isso. A igreja vai marchar triunfante”.

O deputado Marco Feliciano (PL-SP), outro aguerrido defensor de Bolsonaro, também suavizou o tom contra Lula. Terminado a fala de vitória do petista, foi ao Twitter: “Vi o discurso de Lula. Começou agradecendo a Deus. Falou de Deus em vários momentos. Reafirmou compromisso pela liberdade religiosa, evitou temas que causam divergências com o segmento evangélico e terminou agradecendo a Deus. Aprendeu a nos respeitar? Tenho dúvidas. O tempo dirá”.